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Dom João Carlos Seneme

O Senhor foi elevado aos céus e sentou-se à direita de Deus

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Neste domingo (16) celebramos o Domingo da Ascensão do Senhor. O Filho, depois de cumprir sua missão como salvador da humanidade, retorna ao Pai. Antes de partir Ele envia seus discípulos em missão: agora eles serão as testemunhas de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura”. Por isso o mistério da ascensão do Senhor está estreitamente ligado ao mistério da Páscoa e com todo o movimento de descer e subir que caracterizou a vida de Jesus. A ascensão de Jesus revela a vida que renasce do túmulo, a cura que vem das chagas, a ressurreição que nasce da morte e a ascensão que é fruto da descida. A partida de Jesus não indica o seu desaparecimento, mas a ascensão daquele que era e permanece presente e vivo para sempre (“eis que estarei convosco todos os dias).

Na ascensão, Jesus mergulha em Deus e nos leva com Ele porque se fez humano como nós. Ele assume toda a humanidade e a entrega ao Pai.

Situar a cena em um monte sem nome, na Galileia, nos indica que o que nos interessa não é o lugar geográfico, mas o simbolismo. Para a Bíblia, o monte é o ambiente da manifestação de Deus, onde Ele confia ao ser humano uma missão.

Jesus se aproxima dos discípulos e os envia em missão: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura”. É um momento importante na vida de Jesus e na vida dos discípulos. A ascensão, de um lado, indica o fim da vida pública de Jesus; de outro, quer mostrar que Ele continuará presente de modo mais profundo na vida dos apóstolos. “Subir ao céu” quer indicar que somos desafiados a ir além para encontrar Deus. Jesus quer mostrar que este é o destino da humanidade: nascemos de Deus e retornaremos a Ele. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Quem me segue não andarás nas trevas, mas terá a luz da vida”. É esta a vida que Jesus veio preparar para todos nós: segui-lo de perto é estar no caminho certo para o encontro com Deus. A partir da ascensão do Senhor, o Reino de Deus se faz presente quando os discípulos se empenham, como Jesus, em vencer o mal do mundo e em tornar realidade a libertação de todos os males através do evangelho.

Naquele dia, os apóstolos tiveram uma profunda experiência mística que definiu para sempre as suas vidas. Eles tiveram a certeza de que Jesus ficaria para sempre com eles através de sua Palavra e do seu Espírito. Uma presença diferente, mas não menos real do que quando Jesus vivia com eles, caminhava, instruía, falava de Deus. Certamente, os discípulos recordaram das palavras de Jesus: “Onde um ou dois estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles”. Naquele dia da ascensão eles compreenderam profundamente estas palavras: em qualquer parte da terra, em qualquer época, a qualquer hora, quando se reúnem um ou mais discípulos dos Senhor, Ele está no meio deles. Por isso o momento é de alegria. Nenhum discípulo jamais estará sozinho e jamais poderá se separar de Jesus. Esta é nossa alegria hoje: sempre que nos reunimos em comunidade, o Ressuscitado está conosco para iluminar e fortalecer nossa missão.

Os apóstolos de ontem e de hoje são os mensageiros de uma palavra que atinge o ser humano no centro de sua vida. O Evangelho, confiado à Igreja nos dá uma resposta definitiva: se acreditamos, seremos salvos, se não acreditamos, seremos condenados. Através da fé recebemos a vida nova. Que todos nós nos empenhemos realmente no anúncio do Reino e na construção de um mundo melhor para todos.

Neste domingo a Igreja celebra também o Dia Mundial das Comunicações Sociais com o tema “Vinde ver – comunicar encontrando as pessoas como e onde estão”. Também nos unimos às Igrejas cristãs na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: “Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos. Unidos podemos ser promotores da paz”.

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

 

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