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Cascavel quer vencer impunidade para ter menos crimes

Publicado

em

César Machado
O capitão Ricardo Plassi informou sobre estatísticas dos seis primeiros meses de 2013 em comparação com igual período do ano passado

Mesmo com o aumento do efetivo, de viaturas e de estruturas físicas, a criminalidade insiste em desafiar o sistema da segurança pública em Cascavel. O tema é bandeira permanente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) e foi novamente tratado durante o encontro empresarial da última quinta-feira (18).

Depois da apresentação de estatísticas, de informações sobre operações em andamento e de depoimentos emocionados de comerciantes vítimas da marginalidade se reafirmou o que muitos já sabem e há muito cobram: vencer a impunidade é urgente para a construção de uma sociedade mais íntegra e com menos violência.

O comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, capitão Ricardo Plassi, apresentou alguns números referentes a janeiro e junho dos anos de 2012 comparativamente a 2013. Alguns mostram que a polícia tem atuado ainda com mais rigor, no entanto algumas modalidades, como roubo e furto a pontos comerciais têm assustado empresários e seus colaboradores.

A soma de homicídios caiu de 88 para 53 e o número de roubos de 522 para 495. A prática de furtos está em alta em algumas regiões da cidade. “O centro é o que registra o maior volume e gravidade de ocorrências”, conforme Plassi. O número de prisões em flagrante nos seis primeiros meses de 2013, comparativamente com igual período do ano passado, cresceu em cerca de 200.

As detenções devido a práticas que envolvem entorpecentes, com 275 e 278, ficaram praticamente estagnadas. O volume de algumas drogas apreendidas de janeiro a junho de 2013, em análise com os seis primeiros meses do ano passado, surpreende. A apreensão de pedras de crack saltou de 139 mil para 372 mil e de cocaína foram 2.455 quilos contra 402 mil de agora.

A Polícia Militar, em parceria com polícias rodoviárias, federal, Ministério Público e órgãos locais, praticamente dobrou o número de operações nos seis primeiros meses deste em comparação com janeiro a junho do ano passado. De 220, elas passaram para 427. São abordagens em pontos estratégicos, em ônibus do transporte coletivo, entre outros.

O resultado pode ser medido no dado a seguir, conforme o capitão Plassi: de janeiro a junho de 2012 foram presas 6.322 pessoas, contra 25.601 de agora. O número de estabelecimentos abordados saltou de 321 para 1.822 e de veículos e motos apreendidos de 1.992 para 8.701. A reunião contou com a presença de autoridades municipais, lideranças, representantes da PM e da Polícia Civil.

Queda de 35%

O delegado da 15ª Subdivisão Policial, Alexandre Macorin, lembrou que uma das recomendações expressas do governo estadual é de agir contra os crimes contra a vida. E a redução nos seis primeiros meses de 2013, em análise com igual período de 2012, foi de 35%. “Cascavel só perdia, nesse quesito, para Guaíra e hoje a situação já é diferente, apesar das nossas limitações”, conforme Macorin.

A média de prisões no ano passado era de 80 por mês, mas apenas em junho passado elas chegaram a 123. A recuperação de veículos também dobrou. Já o delegado-adjunto da 15ª, Nagib  Nassif Palma, informou que nem sempre as estatísticas, em função da existência de vários bancos de dados e da interpretação de cada um, mostram com clareza absoluta o que ocorre em um determinado momento.

Elas indicam a direção, mas o caminho para vencer a criminalidade, diante dos poucos recursos, são o planejamento e a especialização. “As polícias estão trabalhando cada vez mais e, melhor, estão integradas”. Ele lembrou também que nos últimos quatro meses, 40 traficantes foram presos em Cascavel.

Nagib afirmou que segurança pública é prevenção, por isso, além de especializar por meio da criação de equipes contra roubos e furtos, por exemplo, as polícias procuram melhorar a qualidade das provas para manter os criminosos mais tempo na cadeia. Comerciantes, principalmente da rua Carlos Gomes, deram depoimentos de situações a que recentemente foram submetidos.

Em tom de desabafo, afirmaram não saber mais o que fazer para abrir as portas, trabalhar com medo, pagar uma carga absurda de impostos e não contar com a segurança de que precisam. “A situação está difícil e precisamos, embora os investimentos sejam visíveis, de respostas ainda melhores”, segundo o presidente da Acic, José Torres Sobrinho.

O ex-presidente do Conseg e diretor da Acic, José Alexandre Polasek, entende que uma das direções importantes para conter a criminalidade é desenvolver mecanismos que punam os criminosos com mais rigor. “Precisamos, de uma forma ou outra, vencer a impunidade”, afirmou.

O presidente da Câmara, Márcio Pacheco, entende que é fundamental cobrar também dos governos, em todas as suas esferas, sobre o que de fato têm feito para tornar cidades, estados e o País mais seguros. A reunião contou com a presença também do deputado estadual Adelino Ribeiro, membro da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa. “Tudo o que está ao meu alcance tenho feito e estou vigilante em contribuir para que a criminalidade seja efetivamente combatida”.

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