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Marechal Pacotes em alta

Após meses de isolamento, rondonenses voltam a viajar; pacotes nacionais são os preferidos

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Sócia-proprietária de uma agência de viagens, Cristiane Padalino: “Acredito que caso tenha uma segunda onda as viagens não ficarão paradas de forma generalizada como antes. Há boas tarifas no mercado e pacotes interessantes” (Foto: Joni Lang/OP)

Depois de meses de negócios estagnados em virtude da pandemia do coronavírus, enfim o setor turístico volta a respirar com o aumento na procura por pacotes de viagens. De acordo com representantes de empresas rondonenses, o setor está aquecido desde meados de agosto.

Segundo elas, os pacotes nacionais têm sido os preferidos do momento, seja por causa do dólar alto ou devido às restrições que ainda persistem em países de outros continentes.

 

RECUPERAÇÃO

Sócia-proprietária de uma agência de viagens em Marechal Cândido Rondon, Cristiane Vanzella Padalino diz que o setor aéreo voltou a ficar aquecido no mês de agosto, mantendo-se assim em setembro e outubro. “O lockdown em abril e maio zerou demandas, mas trabalhamos internamente para remarcar passagens que estavam comercializadas e assim minimizamos transtornos de passageiros com pacotes comprados. Em julho e agosto a demanda começou a voltar e agora as pessoas estão viajando normalmente. O pessoal se estressou, cansou de ficar em casa e agora quer viajar”, menciona.

Segundo ela, parte dos clientes busca realizar turismo em locais mais próximos, como em hotéis fazenda e resorts em Foz do Iguaçu, onde as pessoas vão de carro por se sentirem seguras. “Os pacotes aéreos também estão legais, sendo a região Nordeste bastante procurada. Natal e Porto de Galinhas são os destinos mais procurados. Porto de Galinhas é interessante porque os hotéis são bem longe do centro, o que muitos consideram importante devido ao distanciamento social”, expõe.

Cristiane avalia que a retomada do turismo no Brasil está acontecendo de forma rápida e em uma intensidade maior do que o previsto. “Esperamos que o impulso aumente, pois o movimento está sendo muito bom para os setores de turismo e aéreo. Menos voos são cancelados, as companhias colocam novos voos em rota e isso facilita bastante para nós porque a demanda aumenta”, pontua.

Conforme a empresária, a expectativa para o próximo ano é de muitas vendas. “Acredito que como o Brasil se portou bem na primeira onda do coronavírus, caso tenha uma segunda onda as viagens não ficarão paradas de forma generalizada como antes. Existem boas tarifas no mercado e com pacotes interessantes, assim como não há previsão de novo lockdown. O Brasil deve se portar diferente do que a Europa”, aposta, acrescentando: “É interessante cotar para avaliar os preços, porque no início da Covid as opções eram mais baratas pelo fato de a demanda ter caído, mas agora, com as coisas voltando à normalidade, os valores aumentaram”.

 

BRASIL EM EVIDÊNCIA

Djeni Schwingel, que é gerente comercial de uma operadora em Marechal Rondon, conta que a agência de viagens está vendendo pacotes dentro do perfil da empresa com turismo em grupo, mas também vendas de pacotes individuais, entre outros. “O principal destino é o Brasil, embora haja alguma procura pela América do Sul. Devido às dificuldades nas fronteiras, não estamos recomendando que as pessoas façam viagens ao exterior. Temos maior conhecimento de como está a pandemia nas regiões do Brasil, o que transmite mais segurança para o turista viajar e tirar férias tranquilamente”, comenta.

Ela diz que houve muita promoção nos meses iniciais da pandemia por parte de hotéis e companhias aéreas, porém teve reviravolta devido ao cancelamento de voos comercializados a valores promocionais. “Então, se eu comprei, corro risco de cancelamento, tendo de me adaptar ao que a companhia propõe e até mesmo complementar se o voo possuir outro valor. Essas promoções são um tiro pela culatra. Na hotelaria foram lançados valores promocionais no início da pandemia, porém era só para aquele período. Como não foi trabalhado a longo prazo, hoje as empresas querem correr atrás do prejuízo para que os valores estejam na mesma tarifa de antes da pandemia ou até maiores”, destaca.

A gerente pontua que os preços atuais não são promocionais, mas também não estão absurdamente altos. “Conseguimos vários parceiros, como hotéis, guias e outras operadoras para que tenhamos valores atrativos para as pessoas poderem sair de casa e viajar”, relata. “Nossos clientes são famílias, casais, pessoas solteiras e grupos de amigos. Quem não viaja são pessoas mais idosas e aposentados por estarem no grupo de risco e assim tomarem mais cuidados, apesar de que eles têm muita vontade de viajar. Há muitos clientes que perguntam, mas o intuito é se planejar, esperar um pouco e viajar no decorrer do próximo ano”, ressalta.

 

Gerente comercial de uma operadora de viagens, Djeni Schwingel: “Não estamos recomendando às pessoas que façam viagens ao exterior. Temos maior conhecimento de como está a pandemia nas regiões do Brasil, o que transmite mais segurança para o turista viajar e tirar férias tranquilamente” (Foto: Divulgação)

 

AVALIAÇÃO

Djeni afirma que, embora haja procura e as viagens voltaram a acontecer, o turismo ainda está devagar devido ao receio das pessoas em relação à pandemia. “Acredito que a recuperação continue lenta. Pouco a pouco as pessoas vão diminuir a preocupação e perceber que certos cuidados, como uso de máscara, álcool gel, cumprimento por aceno ou soquinho, vieram para ficar. Isso vai permanecer por um longo tempo”, enaltece.

Na opinião dela, o setor turístico vai se restabelecer em 2021 porque a pandemia deixou as pessoas saturadas de ficar em casa. “Elas perceberam quão necessário é sair, viajar, conhecer novos lugares e como é importante compartilhar com família e pessoas que se ama”, aponta.

A agente declara que o turismo está muito acessível, com cenários para todas as categorias. “Basta escolher o destino, se organizar e fazer a cotação certa porque temos pacotes para todos os estilos”, frisa.

 

Supervisora de vendas de uma agência de viagens, Daniele Schneider: “As pessoas que voltam a viajar levam em consideração a segurança que os destinos oferecem em relação aos cuidados com a Covid-19. O mercado nacional está ganhando espaço” (Foto: Joni Lang/OP)

 

NOVO ESPAÇO

Supervisora de vendas em uma agência de viagens rondonense, Daniele Schneider ressalta que há inúmeras promoções neste mês de Black Friday. “As vendas cresceram bastante, principalmente para os períodos de Natal, réveillon e férias de janeiro. Além do preço, as pessoas que voltam a viajar levam em consideração a segurança que os destinos oferecem em relação aos cuidados com a Covid-19. Com a maioria dos países fechados e o dólar em alta, o mercado nacional está ganhando espaço, principalmente o Nordeste brasileiro”, expõe.

Ela destaca que os pacotes vendidos para a alta temporada estão até 30% mais baratos do que os comercializados no mesmo período do ano passado, com opção de parcelamento em até 12 vezes. “A procura por pacotes de viagens envolve os mais variados perfis de clientes, desde famílias até grupos de amigos. Porém, percebemos uma queda referente às pessoas com mais de 65 anos”, observa.

Daniele menciona que antes de bater o martelo em uma viagem as pessoas pesquisam em vários canais de vendas de produtos de viagens e turismo. “Mas na hora de fechar estão procurando uma agência, pois se sentem mais seguras com um suporte, principalmente em ter com quem falar se houver necessidade. Neste período todo de pandemia, esse foi um fator bem marcante. Tivemos procura de muitas pessoas que compraram o pacote através de sites e não conseguiram remarcar ou alterar seus pacotes. Há também grande procura para resorts e hotéis fazenda mais próximos, nos quais as famílias podem ir de carro”, informa.

Na visão da supervisora, quando a crise de Covid-19 passar, as pessoas valorizarão ainda mais os momentos de convívio, lazer e viagens. “O que podemos fazer é torcer para que seja encontrada uma vacina eficaz o quanto antes”, conclui.

 

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