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Poder Legislativo "Querem que eu saia"

“Estou sobrando no Democratas”, declara Adriano Backes

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Vereador rondonense Adriano Backes (DEM): “Eu não pedi para sair do partido, mas o vereador Pedro Rauber (DEM) pediu para eu sair. Eu tenho respeito com o Democratas e com os eleitores” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

Pouco mais de uma semana depois de ter recebido convite para assumir a Secretaria de Agricultura e Política Ambiental de Marechal Cândido Rondon, o vereador Adriano Backes (DEM) oficializou na segunda-feira (24) sua decisão em não aceitar a proposta e, desta forma, continuar na Câmara Municipal.

Em visita ao Jornal O Presente, Backes explicou porque optou em permanecer no Legislativo. “Conversamos com lideranças políticas, com a família e pessoas mais próximas, pois é uma decisão que muda o cenário político. Trata-se de uma Secretaria de ponta do Poder Executivo, pois atende os agricultores e a cidade, sendo de grande importância. Recebemos o convite do prefeito (Marcio Rauber, DEM) e do vice-prefeito (Ilario Hofstaetter, PSB) para assumir a Secretaria e avaliamos todos os pontos estratégicos e políticos. A decisão no momento é não aceitar o convite”, declara.

De acordo com ele, um dos pontos que o levou por este caminho é o curto período que teria para trabalhar na pasta. Isto porque, se no ano que vem decidir tentar a reeleição, o vereador teria que se desincompatibilizar seis meses antes do pleito. “Seria um tempo curto de trabalho para dar um direcionamento. Penso que este convite deveria ter vindo antes para que pudéssemos colocar a Secretaria em ordem e trabalhar com planejamento, que é o que mais importante, pois as pessoas esperam um trabalho de excelência”, detalha.

Backes diz que fica agradecido pelo convite e relembra que, como servidor público municipal, durante 13 anos atuou na pasta, sendo que chegou a ser diretor no período em que o ex-secretário Hilário Gauer (já falecido) esteve no cargo. “Fizemos um trabalho excepcional na cidade e no interior. Acho que isso fez alavancar nosso nome para assumir a Secretaria”, avalia.

 

Momento político

Conforme Backes, outro motivo que levou a não aceitar a proposta é o momento político de Marechal Cândido Rondon, com duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) em andamento, sendo que o vereador é presidente da CPI das Pedras, e comissões processantes em desfavor de três parlamentares. “Desde a campanha falei sobre fazer um trabalho com honestidade, sobre cuidar do dinheiro público e ser muito correto com os meus posicionamentos. Hoje tenho um posicionamento firme na Câmara. Não sou oposição, mas sim um vereador que trabalha para a comunidade e que fiscaliza o dinheiro público”, afirma.

 

Processos de cassação e CPIs

Se aceitasse o convite para ser secretário, automaticamente o governo municipal fragilizaria a oposição na Câmara. Mesmo com a decisão em permanecer no Legislativo, o vereador do DEM diz que isso não significa que haverá necessariamente eventuais cassações de mandatos, pois o voto precisará estar embasado em fatos concretos e provas. “Queremos fazer a coisa correta. Se tiver coisa errada daremos andamento no processo e caberá lá na frente decidir se haverá cassação ou afastamento, mas desde que hajam fatos que comprometam ou não a administração ou mesmo um vereador. Vamos trabalhar com muita ética e honestidade em cima destes processos, pois não podemos apontar o dedo para ninguém. Precisamos ter bom-senso em juntar todas as provas e dar um passo de cada vez”, argumenta.

 

Independência

Ao não assumir o papel de opositor ao governo, o parlamentar menciona que tem um perfil mais independente no Legislativo. “Se fala muito em G7. Não vejo como G7. Não me vejo como vereador de oposição, mas sim como um vereador que dia a dia vem trabalhando para ver Rondon melhor e diferente”, responde. “Eu não gosto de trabalhar com oposição, mas sim com nomes de deferência que queiram fazer diferença política. Hoje trabalhamos para mostrar que a Câmara de Marechal Cândido Rondon pode e deve ser diferente. Deve fiscalizar, ter comprometimento, propor projetos de lei e trabalhar pelo povo, porque somos representantes da população”, acrescenta.

 

G7 unido?

Questionado se vê a possibilidade do G7 estar unido para a eleição do ano que vem, Backes opina que é cedo para ter um posicionamento. “Acho que o grupo vem fortalecido. Cada vereador tem seu posicionamento, direcionamento, pensamento e postura. A proximidade da eleição vai afunilando o quadro de forma devagar. Agora se o grupo estará junto ou não, isso vai depender do momento de cada um, pois cada vereador vai buscar o seu espaço. Acredito que este cenário vai se acomodar com o tempo”, analisa.

 

Deixado de lado

O Democratas realizou recentemente sua convenção municipal, sendo que Backes revela não ter sido sequer convidado. Para ele, pode existir uma tendência futura em deixar a sigla quando houver a abertura da janela partidária, ano que vem. Convites para se filiar em outras agremiações já chegaram ao parlamentar. “Eu não pedi para sair do partido, mas o vereador Pedro Rauber (DEM) pediu para eu sair. Eu tenho respeito com o Democratas e com os eleitores rondonenses. Não tenho nada contra o partido, de forma alguma, mas há algumas pessoas dentro do DEM que não querem que eu permaneça, até pela postura que temos na Câmara. Mas o Poder Legislativo é independente de qualquer partido e tem que se pensar no município”, expõe. “No Democratas estou sobrando, faz tempo, porque senão estaria na executiva, mas nunca houve convite e nenhuma conversa”, emenda.

 

 

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