Fale com a gente

Poder Legislativo Entrevista ao O Presente

“Se tem alguém obcecado pelo poder é ele”, dispara presidente da Câmara, referindo-se ao vereador Portinho

Publicado

em

Presidente da Câmara de Vereadores de Marechal Rondon, Claudio Köhler (PP), em visita ao Jornal O Presente: "Acho que ele não aceitou até hoje o fato de não ter sido eleito presidente da Câmara” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

A entrevista concedida pelo vereador Valdir Port (Portinho) (PTB) ao Jornal O Presente, publicada na última sexta-feira (31), repercutiu no meio político de Marechal Cândido Rondon, especialmente na ala de oposição. Em visita ao O Presente, na segunda-feira (03), o presidente da Câmara, Claudio Köhler (Claudinho) (PP), rebateu diversas afirmações feitas pelo colega petebista.

Acompanhado do vereador Arion Nasihgil (MDB), que é relator da comissão processante do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que investiga o vereador Nilson Hachmann (PSC), Claudinho contrapôs alguns pontos específicos mencionados por Portinho.

O vereador emedebista também se pronunciou sobre as declarações de que um processo estaria tramitando de forma mais ágil do que outros. Vale lembrar que hoje a Câmara está com duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) em andamento, além de três comissões processantes – uma contra o vereador Nilson e outras duas contra Adelar Neumann (DEM) e Dorivaldo Kist (Neco) (MDB).

Neumann foi preso em flagrante pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no dia 04 de fevereiro, por suspeita de extorsão, concussão e tráfico de influência. O vereador é investigado por ficar com parte do salário de um servidor comissionado da prefeitura. Quase dois meses depois ele conseguiu liberdade, mas utiliza tornozeleira eletrônica.

Hachmann é suspeito de usar empresas em nome de terceiros, mas que seriam dele, para participar de licitações da prefeitura. Ele também chegou a ser preso, mas já está em liberdade. Contudo, por decisão judicial foi afastado do mandato.

Contra Neco há denúncia de que o vereador teria ficado com parte dos salários de uma servidora comissionada da prefeitura indicada por ele.

A seguir, os pontos da entrevista concedida pelo presidente da Câmara de Marechal Rondon.

 

Momentos turbulentos

Como presidente do Legislativo, Claudinho afirma que não concorda com as declarações de Portinho de que a Câmara estaria vivendo um momento ímpar, diante de dificuldades até de relacionamento interno e com prisões de colegas e CPIs em andamento. “Diferente dos tempos passados, a Câmara nunca trabalhou da forma como vem trabalhando hoje. Indiferente dos processos que estão tramitando, o que lamentamos, mas fora isso, e falo pelos vereadores do nosso grupo, todos trabalham com requerimentos, indicações e com projetos de lei, ao contrário de outros vereadores. Quem são os vereadores que mais apresentam projetos, requerimentos e indicações? E só fazer um comparativo”, expõe.

 

Obsessão pelo poder

Na entrevista, Portinho diz que estaria havendo uma busca obcecada pelo poder e que algumas ações teriam como motivação fragilizar o governo do prefeito Marcio Rauber (DEM).

O presidente da Casa de Leis se mostra totalmente contrário. “Se tem alguém que estava ou até acredito que está ainda obcecado pelo poder é ele (Portinho). Ele nunca teve a totalidade de apoio dentro do próprio grupo de governo e muito menos na totalidade dos vereadores. Acho que ele não aceitou até hoje o fato de não ter sido eleito presidente da Câmara”, dispara.

O vereador do PP enfatiza que todas as ideias e projetos são discutidos em grupo e nenhuma decisão é tomada sozinha. “Eu compartilho com o grupo, trocamos ideias, diferentemente do que era no passado. Ele falou que a Câmara vive um momento de desunião e que algumas discussões estão indo para o lado pessoal, mas não temos como controlar cada vereador. E isso não acontece só em Marechal, mas em todos os municípios, inclusive aqui em gestões passadas. Só analisar o histórico da Câmara rondonense. Acontece porque são vereadores de opiniões fortes, que têm seu ponto de vista e não são ‘Maria vai com as outras’, diferentemente do que ele vem tratando”, declara.

 

Momento político

Apesar do momento turbulento na política rondonense, Claudinho visualiza que existe um lado positivo. “Se o vereador é eleito para fiscalizar e legislar, estamos fazendo o nosso papel. Há muitos vereadores de primeiro mandato e sem vícios, e talvez isso incomoda alguns. Estamos fazendo o nosso trabalho. Quem sabe se não estivéssemos fazendo nosso trabalho não estaria aí para conhecimento da sociedade essas irregularidades”, opina.

 

Câmara fora de cena

O presidente do Poder Legislativo enaltece que os processos que estão na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, bem como as CPIs, não envolvem a Câmara em nenhum momento. “É vereador B com contratos com a prefeitura, com licitações com a prefeitura, não a Câmara. A Câmara está fazendo o seu papel, que é legislar e fiscalizar, e trabalhar em prol da comunidade. E estamos trabalhando. Há ‘Ns’ projetos tramitando que são em favor da sociedade, além de requerimentos e indicações. Infelizmente, às vezes, os vereadores são tachados de oposição, sendo que não vejo assim, mas estão lá para trabalhar em prol do município, indiferente se é projeto do Executivo ou do Legislativo. Só que às vezes não somos atendidos pelo Executivo”, comenta.

 

Relação Executivo x Legislativo

Questionado como está a relação com o Poder Executivo, o vereador-presidente revela que não tem conversado com o prefeito Marcio. “Nos encontramos esporadicamente em um ou outro evento. Não dialogamos da forma como dialogávamos no passado quando eu estava junto à sua base de governo. Mas, indiferente a isso, não criamos entraves sobre os projetos que vêm do Executivo. Pelo contrário, estamos tentando fazer a nossa parte melhor ainda, mas às vezes os projetos vêm falhos ou incompletos, fazendo com que não consigamos dar celeridade no processo, tendo que enviá-los de volta ao Executivo para que venham da forma necessária”, expõe.

 

Viabilidade de recursos

Por fim, Claudinho comenta que mesmo os vereadores que são considerados de oposição estão trabalhando para viabilizar recursos a fundo perdido ao município. “É mais uma demonstração de que estes vereadores estão trabalhando, sim, em prol do desenvolvimento do nosso município”, conclui.

 

O Presente

 

Copyright © 2017 O Presente