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Política Renato Freitas

Vereador que participou de manifestação em igreja de Curitiba pede perdão

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(Foto: Reprodução/Instagram)

O vereador Renato Freitas (PT) pediu perdão na sessão de hoje da Câmara Municipal de Curitiba, às pessoas que se sentiram ofendidas por sua participação em manifestação antirracista no último sábado, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Largo da Ordem, em protesto contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no último dia 24, no Rio de Janeiro. Freitas afirmou que o ato não teve o objetivo de ofender a crença de ninguém, e que ele também é cristão.

“Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas (pela manifestação contra o racismo ter adentrado à igreja) e a elas eu peço perdão, pois não foi, de fato, a intenção de magoar ou ofender o credo de ninguém, até porque eu mesmo sou cristão”, disse Freitas.

O vereador reafirmou que a manifestação foi convocada por diversos movimentos sociais, entre eles a Associação dos Imigrantes Africanos no Brasil, e que, naquele dia, atos semelhantes ocorreram em todo o país em protesto contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, no Rio de Janeiro. Citando o depoimento do padre Luiz Haas, daquela igreja, à emissora de tevê RPC, o vereador reafirmou que a missa já havia terminado quando “a manifestação, de forma espontânea, as pessoas ali entenderam que passar a mensagem da valorização da vida dentro da igreja seria adequado”.

“Como disse o padre, a igreja estava vazia e não havia missa naquele momento, e não foi mexido em uma vela, e o microfone em que falamos foi cedido pelo padre, e as pessoas da manifestação, como mostrou a Tribuna (do Paraná, em vídeo), vieram ordeiramente”, continuou o parlamentar. Freitas manifestou-se novamente contra o racismo, agradeceu a mensagem de apoio recebida do Frei David, da Pastoral do Negro, de São Paulo, e disse que a discriminação não deve ser tolerada.

Afirmando não ter participado da organização do protesto, nem entrado a igreja, Carol Dartora (PT) confirmou ter ido ao Largo da Ordem no sábado “como manifestante”. “Por sentir na pele todos os dias o racismo, eu estava na frente da igreja protestando. Infelizmente, o que aconteceu naquele sábado tem sido extremamente distorcido”, afirmou a vereadora, que reportou estar sofrendo agressões racistas pelas redes sociais devido ao episódio. Para Dartora, o que tem acontecido são “tentativas de polarização, de uso político (do acontecido) para criminalizar o nosso partido e de nos criminalizar enquanto sujeitos negros e a nossa indignação contra o racismo”.

Lembrando a relação do PT com a Igreja Católica, em especial com as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), Carol Dartora afirmou que “nossas lutas e nossas bases em comum não serão dissolvidas por tentativas de polarização”. Ela destacou o trecho da nota da Arquidiocese de Curitiba em que Dom José Peruzzo diz que “não se quer partidarizar, polarizar ou exacerbar as reações”. Nas sessões de segunda e terça-feira, vereadores têm feito duras críticas a Renato Freitas pela invasão da igreja, relatado o repúdio de organizações religiosas de todo o país e manifestado o desejo que o Conselho de Ética da CMC se posicione a respeito.

 

Com Bem Paraná

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