Fale com a gente

Silvana Nardello Nasihgil

Coloque como objetivo de vida espalhar amor em palavras e atitudes

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Observo pelas redes sociais muitas coisas lindas, muitas coisas nada a ver, gente de todo o tipo e postagens de toda a natureza. Diante dessa imensidão de gente, dou glória a Deus pelas nossas diferenças, pelo canal livre de abrirmos os olhos e a boca.

Há muito tempo observo uma dificuldade que debito na conta de muita gente: a dificuldade de gerar amor e de cultivar as gentilezas e a gratidão.

Diante de um recado de uma paciente muito fofa, que me enviou uma foto de uma surpresa linda que uma amiga lhe fez, do nada, com a única razão de demonstrar o quanto ela é especial, me veio em mente as coisas que deixamos de fazer porque não prestamos atenção nos detalhes da vida.

Na correria do dia a dia, carregamos conosco muito daquilo que não nos fez bem. Carregamos mágoas ao invés de perdão, tristezas ao invés de alegrias e assim o peso vai ficando cada dia maior, anulando o direto à felicidade.

Esse padrão de sentimento nos impede de olharmos para nós e nos cega para percebermos os outros que estão em nosso entorno.

Percebo a dificuldade que muita gente tem de dizer eu te amo, mesmo que sinta isso forte no coração. Muita gente vive e esquece de exercitar a gratidão quando o outro surpreende com gestos que falam sobre sentimentos positivos. Mesmo nas curtidas em redes sociais a pessoa escreve coisas lindas, elogia e recebe um simples like, como se a demonstração de afeto fosse trivial e desnecessária.

Muitas dessas pessoas, sem dúvida, esperam ser surpreendidas com atitudes lindas, mas se mantêm bloqueadas para dar um passo nesse sentido.

Muito desse tipo de comportamento vem do modo como fomos criados e educados, de sofrimentos experimentados, da cultura familiar e do ambiente que crescemos. Embora possa ter uma explicação, não faz sentido continuar a vida preso em um padrão de comportamento que nos exclua do melhor que a vida nos oferece: o amor, o amar e se permitir ser amado(a).

Cada um precisa olhar para si e buscar perceber como tem vivido, o que tem se permitido doar, como tem amado, quanto tem demonstrado. Dizer que ama, os pais, filhos, amigos, família, parceiros, quando realmente é um sentimento que povoa o nosso coração, é dar ao outro o direito de saber como ele toca o nosso viver e como habita dentro de nós.

Precisamos vibrar, celebrar a vida e as pessoas que nos dão o seu melhor. É tão lindo gente que sabe acolher com o coração, que oferece o melhor de si e se oferece como morada.

Muita gente pode dizer: eu não sei fazer isso, eu tenho dificuldade de demonstrar o que sinto.

Então eu respondo: sentimento guardado de nada vale, o outro não é adivinho.

Quando tomamos consciência de que o amor guardado não faz sentido, que só as atitudes e palavras irão avalizar esse sentimento, então a gente escolhe: ou demostra de verdade ou corre o risco de perder o que é precioso.

Sem vergonha, sem medos absurdos, coloque como objetivo de vida espalhar/partilhar o amor em palavras e atitudes; desafie-se. Diga às pessoas que as ama, agradeça pela presença delas na sua vida, gere atos de gentileza, estenda o seu sentir para que o outro possa saber como é especial pra você.

Não permita que as pessoas que lhe são tão especiais possam ir embora por não saber que você faz questão que elas fiquem.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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