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Silvana Nardello Nasihgil

Não aceite ser um tanto faz na vida de ninguém

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Quem já pensou sobre essa frase “agora tanto faz”?

Quem já viveu, doou tudo de si e descobriu que ainda era pouco?

Sem dúvida, esse é um dos piores sentimentos que podemos experimentar. Ele vem carregado de angústia, dores, descaso e invisibilidade. É um sentimento construído pela ingratidão, egoísmo e falta de empatia.

Penso que seja uma das piores sensações, se doar além e sem limites, se dedicar, vibrar e sofrer junto com alguém, não ao lado como expectador(a), mas como parte da história, e mesmo assim, basta o outro atingir o equilíbrio, entrando na zona de conforto para sentir como se a sua utilidade tivesse vencido, sendo visto como um tanto faz, ou talvez nem visto consiga ser.

O que fazer quando isso acontece?

Chorar o que tiver que chorar, repensar, revisitar as vivências, juntar o pouco de dignidade que ainda sobrou, arrumar as malas do coração, da alma e físicas e mudar o rumo, sair de cena sem autopiedade, sem vitimismo e sem mimimi.

Ter uma vida plena de paz e alimentada por bons sentimentos não dependendo do outro ou dos outros está naquilo e como queremos ser tratados, no nosso foco e determinação de fazer a vida acontecer.

Precisamos nunca esquecer que em um primeiro momento podemos experimentar descaso, podemos ser o tanto faz na vida de alguém, em seguida, como se trata de nós, precisamos fazer escolhas.

Quem se permite ser um tanto faz precisa lembrar que está se colocando nesse papel; para o outro isso não faz a menor diferença, ele não está enxergando e muito menos se importando.

A vida não tem muitos segredos para que seja boa, feliz e equilibrada. O segredo está em nós, em como escolhemos viver e principalmente como entendemos o papel que damos a cada um no nosso existir. Nós que permitimos a entrada das pessoas e, sendo assim, a chave de entrada e saída nas nossas vidas está sempre conosco.

Precisamos lembrar que a porta de saída de quem não cabe mais também só pode aberta por nós. Quando sentir que não cabe mais, abra sem medo, convide a se retirar e escolha ser feliz.

O nosso valor quem damos somos nós. Se cremos ser insignificantes, sem voz, sem atitude, amor próprio, dignidade, autoconfiança e projeto de vida, como queremos que o outro enxergue o valor que existe em nós se nós sequer enxergamos?

É medo de perder ou algo ligado ao conformismo que não nos deixa tomar atitudes?

Não se perde o que não se tem! Precisamos ter isso bem claro, porque quando sabemos o que merecemos jamais aceitaremos ser o tanto faz na vida de ninguém.

Isso serve para pares, amigos ou qualquer relação que nos doamos.

Pra gente pensar!

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

@silnasihgil

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