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Silvana Nardello Nasihgil

Pais tóxicos criam filhos inseguros

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Quando temos filhos, precisamos pensar e agir além de nós. Precisamos ter a consciência que estamos criando pessoas que têm direito a ter uma vida emocional e psicológica saudável.

Filhos não vêm ao mundo para sofrer, para pagar pelas bagunças dos seus pais. São seres humanos que precisarão o mínimo de vida saudável para crescerem em paz.

Os pequenos precisam de respeito, precisam ser olhados com amor, como uma semente que guarda em si toda a força de uma planta que poderá gerar muitos frutos e muita sombra. Poderão ser alguém que abrigue, que acolha, que ama, poderão ser, também, alguém que cresça sem empatia, com mágoas, raiva e inúmeros sentimentos ruins.

Quando nascemos somos como um HD, com alguma memória genética, que é uma parcela muito pequena, e tudo o que teremos no futuro será a história de vida que vamos construir.

Não sei por que as pessoas esquecem isso, ou talvez, envolvidos pelo seu egoísmo, sequer se dão conta de olhar em torno. Esquecem que filhos não vêm ao mundo para satisfazer as suas expectativas, muito menos para suprir sentimentos que não conseguiram construir com os outros ao longo da vida.

Filhos são seres independentes que têm direito de serem amados, acolhidos, ouvidos, ensinados, acompanhados, precisam de conforto emocional, psicológico e precisam de muito amor.

Um absurdo ver crianças que precisam crescer e se desenvolvem em meio à discórdia, gritos, xingamentos, vendo pais ou cuidadores viverem com se fosso em um ringue de luta. Será que elas merecem mesmo viver algo que sequer conseguem compreender?

Daí as crianças desenvolvem transtornos, inúmeras dificuldades e, para piorar, são exigidas em seus comportamentos, precisam ser perfeitas, obedientes, sendo que ninguém sequer consegue compreender que muitas vezes estão só tentando se defender.

Esse tipo de comportamento familiar não é algo incomum, pelo contrário, é mais comum do que se pode imaginar. E assim caminha uma grande parcela da humanidade, permitindo que suas bagunças interiores seja maior do que as suas obrigações.

A vida é muito perfeita, se parece muito com uma poupança. O que guardamos de bom, cresce e frutifica, o que abstraímos vai se depreciando, se deteriorando até se extinguir.

Então, o tempo de rever nossos comportamentos é ontem, uma emergência necessária que precisa ser adequada.

As crianças não têm culpa do despreparo dos pais, e nada, mas nada mesmo serve como desculpa para pais omissos, negligentes e com dificuldade de amar. Quem ainda não compreendeu isso precisa buscar onde foi que se perdeu, e se talvez nunca tenha se encontrado, precisa achar o rumo.

Criança nenhuma tem que sofrer por comportamento de adultos que, mesmo tendo obrigações, continuam pensando e agindo focados no próprio umbigo.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

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