Fale com a gente

Silvana Nardello Nasihgil

Como anda a angústia dentro de você?

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É tanta coisa ruim acontecendo em tão pouco tempo que tem dias que pensamos que isso não terá fim. Na estagnação do momento, a esperança ganha perfis do impossível e começamos a processar a vida usando a desesperança como amparo.

Sem querer nos vemos reclamando de quase tudo: gente que está sozinha da solidão, gente que está acompanhada igualmente da solidão, o dinheiro que está acabando, a falta de ter o que esperar, projetos que precisaram ser deixados de lado, sonhos adiados, muitos que se reencontraram, outros que se separaram, desentendimentos, confusões interiores…

Enumerar é quase impossível diante daquilo que viemos nos permitindo sentir.

Nesse emaranhado de queixas, me permito sugerir algo construtivo: faça uma lista escrita de todas as coisas boas e daquelas que você sente como ruins que fazem parte da sua vida hoje. Busque não esquecer de enumerar nada, até mesmo o banho quentinho e a cama confortável. Tente lembrar de tudo aquilo que tem poder de lhe trazer conforto, quer físico, mental, emocional ou material e igualmente o que vem lhe trazendo angústias, tristeza e desesperança.

Diante dessa lista, use o seu maior grau de sinceridade, converse com você e busque saber aonde você está ancorado.

Essa reflexão, se feita de forma real, deixará transparecer o nosso interior e vamos compreender que muito do que estamos nos permitindo viver e sentir tem nos aprisionado.

Existe uma metáfora que uso muito com os meus pacientes, e se você for um deles ou porventura um dia vier a ser, muito provavelmente ouviu ou ouvirá isso: comece a olhar para o banquete que está sendo servido na sua vida e pare de se alimentar das migalhas que caem no chão.

Simmm!!! Temos um dom incrível de exercitarmos a autopiedade e nesse processo deixamos de crescer. A pena que sentimos de nós nos paralisa e impede que possamos enxergar qualquer possibilidade de alcançar êxito naquilo que estamos vivendo.

É bom lembrarmos que problemas todos nós temos, maiores ou menores. Cada um possui algo que não está a contento, algo que puxa a vida para o descompasso e que nos impede de ser feliz. Em contrapartida, é muito valioso refletirmos o que é e o que temos feito com aquilo que tem nos tirado a paz e a alegria de viver.

Gosto muito dessa frase de Jean Paul Sartre: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”. Ela serve para que a gente compreenda que existe saída para tudo quando pensarmos a realidade como possibilidade de mudanças. O impossível é só aquilo que mantemos estático em nossas vidas.

Certamente que quem estiver lendo isso tenha tido imensas razões para ser feliz em algum momento da sua vida e que também tenha tido problemas dos quais deu se conta. É nesse vai e vem da vida que é prudente adicionarmos alguns elementos ao viver: esperança, força, foco, amor próprio, sonhos e fé! Esse combo nos colocará perante a vida como guerreiros, gerando em nós fortaleza e desejo de vencer… Então, vencer é só uma questão de serenidade, paciência e perseverança.

Se a gente vai dar conta? Depende do seu desejo de lutar por isso. Os caminhos existem e são os mais variados. Busque por eles, ao invés de ficar sentindo pena de você.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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