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Silvana Nardello Nasihgil

Maturidade emocional com urgência!

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Famílias não podem ser descartadas como se fossem lixo, como se de um momento em diante perdessem a validade

 

O mundo está se modernizando, a tecnologia nos surpreende a cada dia com novidades inimagináveis, começamos a entender um pouco de tudo, e nós, o que estamos fazendo com os nossos sentimentos? Que projetos estamos desenvolvendo para amparar e encarar com seriedade as nossas famílias?

A inteligência emocional com certeza não é a matéria mais investida desses novos tempos. Há muita falta de foco e preparo de vida. É muito mimimi e pouco comprometimento. É muita gente buscando suas fantasias em projetos solos, vivendo em família. Então, as coisas não estão dando certo, o diálogo tem deixado de cumprir o seu papel entre os pares e em seu lugar entram as vaidades e o egoísmo.

Infelizmente, família tem sido uma palavra que vem perdendo seu valor e se continuarmos a fazer de conta que nada importa, num prazo não muito longo, deixará de existir.

É tanta confusão criada pela falta de responsabilidade emocional que muitas vezes é até difícil compreender como seres com ideias e sonhos tão diferentes conseguem viver juntos sem conversar e sem um se importar pelas vivências do outro.

E se não bastasse dois que não conseguem se entender, vão adicionando crianças que não têm nada a ver com a confusão criada, que vêm para viver nessa disfunção fadadas ao sofrimento de toda natureza.

As pessoas precisam com urgência buscar ter mais maturidade emocional, construir um projeto de vida mais consistente quando desejarem ter filhos, compreender que uma família precisa ser criada em um ambiente saudável, pois é necessário receber com responsabilidade quem não está tendo escolha de fazer parte dela ou não.

A seriedade com que uma família precisa ter para ser saudável vai desde o projeto de vida em comum, a partilha do seu desenvolvimento, a busca dos caminhos mais adequados e saber que para todos os problemas existe solução.

Famílias não podem ser descartadas como se fossem lixo, como se de um momento em diante perdessem a validade. Existe muito sofrimento nesse contexto e ele precisa ser levado muito a sério.

Crianças e adolescentes não entendem que a vida precisa seguir sem a segurança que sentiam, com uma nova configuração, muitas vezes deixados de lado, preteridos por alguém no lugar da mãe ao lado do pai ou vice-versa, em tempo recorde.

Existe uma ciranda de parceiros causando uma confusão mental nos filhos muito difícil de ser compreendida por eles, devendo ser aceita sem que entendam as razões.

Família não é uma brincadeira de casinha, satisfação do ego, construção de uma história sem um script, simplesmente porque é bonito e todo mundo tem. Quem um dia se uniu e colocou seres no mundo precisa ter mais responsabilidade, pois existe um sofrimento nesse descompasso e o preço a ser pago é caro demais!

As famílias disfuncionais precisam saber que se desejarem viver em harmonia, tem jeito. É só se permitirem e se comprometerem a buscar ajuda. O que não é compreensível é o fato de muitas vezes, por medos bobos, deixar que tudo tenha um fim.

A família é o bem mais precioso que uma pessoa pode ter, perdendo apenas pela vida de cada um, então não permitamos fazer de conta que está tudo bem, quando na verdade têm muitas coisas a serem mudadas e reparadas.

Vamos nos dedicar a olhar para dentro de nós e nos perguntarmos: o que eu tenho feito e como tenho colaborado para que a minha família seja harmônica e feliz? Qual a minha parte na construção e manutenção da minha família? E os meus filhos, estão sendo ouvidos, acolhidos, respeitados e amados como merecem ser?

Não se pode esquecer que família se conjuga no plural. Isso deve ser uma lembrança constante, pois evitará que se fira uns aos outros baseados no egoísmo.

 

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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