Fale com a gente

Silvana Nardello Nasihgil

O protagonista das maiores angústias humanas

Publicado

em

Os amores ou aquilo que pensamos ser amor. Esse sentimento é o protagonista das maiores angústias humanas.

Quando pouco sabemos de nós, tornamo-nos presas fáceis para todo sentimento que vier. As carências que carregamos são as maiores responsáveis pelas escolhas impensadas e por relações que trazem na essência a dependência emocional.

Quando o nosso mundo girar em torno de alguém a quem delegamos a obrigação de nos fazer feliz, colocando a responsabilidade em alguém que sequer imagina ter que amar e tomar decisões por dois, essa relação já começou problemática. Uma relação assim tem poucas chances de continuidade. Com uma pressão nesse sentido, até quem tiver muito amor para partilhar vai se cansar, porque amor é partilha e não doação desmedida.

Se houver rompimento dessa relação, o mundo interior do carente se tornará sem sentido, obscuro e um peso difícil se carregar.

Se um dia você experimentar esse sentimento, olhe para dentro de você e busque pensar as verdades da vida, sem culpar o outro ou você. Volte no tempo e procure lembrar como era a sua vida antes de conhecer o “presente de Deus”. A vida seguia e existiam muitas coisas que traziam bem-estar e felicidade. Elas ainda existem, elas ainda estão disponíveis, bem como um número infindável de novas descobertas.

Sentir que a vida fica sem sentido quando alguém vai embora é desconsiderar o futuro como um lugar para ser feliz, como um espaço em branco no qual podemos, se quisermos, construir uma história muito melhor do que a que já vivemos.

A escolha de processar isso é de cada um, bem como o sofrimento que advém dos comportamentos nulos ou praticados.

Se sentir vontade de chorar, chore. Chore tudo o que puder. Seque as lágrimas, olhe para dentro do seu coração, olhe para o futuro e lembre que foi embora só alguém que não queria ou não merecia ficar.

A vida continua e precisa continuar. Logo ali na frente você vai descobrir que existiam muitas portas abertas e que a sua prisão emocional nunca permitiu que você pelo menos tentasse abri-las.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente