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Silvana Nardello Nasihgil

Você é ciumento(a)?

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E pensar que existem muitas pessoas que se orgulham de sentir ciúmes, de passar o tempo todo provocando confusões e buscando provas daquilo que a imaginação cria.

Sim, o ciúme faz tanta confusão interior que pode levar ao desespero e à desesperança sem razão de ser.

Ciúmes é um desserviço à nossa saúde mental com o único objetivo: desestabilizar a vida, criando sofrimentos psíquicos e emocionais.

Precisamos, sim, confiar mais na nossa capacidade de atrair a atenção do outro e mantê-lo focado na relação. Porque quem procura acha, nem sempre verdades, mas dores que o imaginário pode criar.

O segredo está em cada um aprender a se valorizar mais, se amar mais, crescer como pessoa e buscar a felicidade que mora na capacidade de fazer escolhas conscientes e produtivas.

Triste quando alguém se reconhece ciumento(a) e bate no peito como se isso fosse algo a se orgulhar. Eu sou ciumento(a)! Isso só demonstra insegurança e medo de não dar conta da própria vida.

Nossa energia positiva, aquilo que nos faz crescer, precisa acontecer dentro de nós, independente se alguém está sendo sincero com aquilo que se comprometeu. É necessário crer que temos o poder de fazer escolhas, inclusive abandonar quem não colabora com a nossa paz interior.

É muito mais fácil e menos doloroso deixar alguém e seguir a própria história do que viver buscando a fidelidade em alguém que não se compromete. O sofrimento será infinitamente menor.

Conviver com incertezas traz muito sofrimento de toda natureza, inclusive com o poder de contribuir com o adoecimento físico.

O medo de ficar só não pode ser algo que bloqueie a vida, muito menos aceitar aquilo que cremos não merecer. Quando o desconforto for maior do que o prazer da companhia, quando o conviver é repleto de incertezas, então é hora de buscar as razões que fazem com que essa história continue.

O processo justo seria primeiro buscar curar aquilo que traz a insegurança, os medos, dúvidas, angústias, buscar crescer como pessoa, aprender que o amor que dedicamos a nos refletirá na nossa vida e nas relações com os outros. Fazendo isso se estará colocando em ordem o modo de sentir a vida, de acreditar que se é merecedor do melhor, curando feridas que poderiam sangrar sobre quem não nos feriu.

Pessoas inseguras sempre viverão relações inseguras, cheias de intrigas, questionando todos os detalhes, enxergando coisas que podem nunca ter existido. Isso tem um poder incrível de acabar com qualquer relação, muitas vezes matando um sentimento lindo por sufocar aquilo que teria todas as possibilidades de ser perfeito.

De nada resolverá a afirmação: eu não consigo ser diferente. Porque ser diferente é uma escolha, mudar é uma escolha, crescer interiormente é uma escolha, mas se amar mais não é escolha, é uma obrigação que todos nós deveríamos ter como meta primeira do nosso existir.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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