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Dom João Carlos Seneme

A minh’alma glorifica o Senhor. Ele olhou para a humildade de sua serva

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Os evangelistas apresentam a Virgem com nuances que podem reavivar nossa devoção a Maria, a mãe de Jesus. Sua visão nos ajuda a amá-la, refletir sobre ela, imitando-a, rezando com ela e confiando nela com espírito novo e mais evangélico.

Maria é aquela que acreditou. É a primeira discípula de Jesus. Ela medita em seu coração os feitos e as palavras de seu Filho. Ela canta a Deus agradecendo por suas maravilhas, cantando em alta voz que Ele é o salvador dos pobres. É a mãe amorosa que permanece junto do seu Filho perseguido, condenado e executado na cruz. Depois, ela se torna testemunha do Cristo Ressuscitado; recebe junto dos discípulos o dom do Espírito que acompanhará para sempre a Igreja de Jesus.

A Assunção de Maria é a celebração da vida plena antecipada. Celebrar o mistério da Assunção de Maria é também um convite a viver nessa dinâmica do compromisso e não da resignação, da esperança solidária e não da “espera passiva”.

O relacionamento de Maria com a Santíssima Trindade é contínuo: toda a sua vida está ligada a este mistério. Sua concepção imaculada, sua perpétua condição virginal, sua maternidade divina, seu caminhar ao lado do Filho, confortando-o e animando sua maternidade eclesial.

O Pai, como está na origem de toda a obra salvífica, está também no início da vida de Maria convocada para ser mãe do Salvador: a graça de Maria vem do Pai e conduz ao Pai, que a glorifica colocando-a perto do Filho quem está a sua direita. Maria foi assunta ao céu: ela não se autoelevou ao céu; não ascendeu ao céu por sua própria força. Portanto, é necessário indicar o sujeito ativo da Assunção, se quisermos entender e explicar, na fé, o último privilégio mariano. Esse sujeito ativo é o Pai. Foi ele quem chamou e levou aos céus a Mãe do Filho. A Virgem recebe a graça da Assunção, como recebeu a Imaculada Conceição, a Anunciação, a Maternidade divina. Ela aceitou ser amada por Deus, colocando-se em suas mãos até as últimas consequências.

Neste dia a Igreja do Brasil celebra a vocação de todos os religiosos e religiosas porque Maria é modelo para todos os cristãos e, de modo particular, daqueles que colocam o Ressuscitado no centro de suas vidas de modo a segui-lo de perto na radicalidade de uma vida a serviço de Deus e da humanidade. Hoje, mais do que nunca, é uma vocação necessária para o mundo porque elas e eles sinalizam que existe este modo todo especial de viver a vida seguindo os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência. Em um mundo tão marcado pelo prazer, egoísmo, vemos estes exemplos de vida e de doação.

Que Maria, evangelizada e evangelizadora, acompanhe com sua proteção e carinho todas as religiosas e religiosos de nossa diocese. Obrigado pelo bem que fazem e o testemunho de amor que oferecem às nossas comunidades.

 

Dom João Carlos Seneme é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

 

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