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Silvana Nardello Nasihgil

“Tudo me é lícito, mas nem tudo convém”

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Em um mundo onde cada um pensa somente em si, onde muita gente segue sem se importar em ofender, magoar, trair ou causar tristezas, ser alguém que se importa em construir uma vida sendo leal, justo, honesto, fiel e empático, importando-se em não magoar e ofender os outros, soa até estranho falar em autenticidade.

Mas a vida exige que sejamos alguém que vá além da sua própria bolha, que se disponibilize em agir com honestidade, vivendo a verdade consigo e com os outros.

Porque chega uma hora que se faz necessário fazer uma escolha entre seguir a vida vivendo como quisermos (nesse modelo só cabe vida solo) ou olharmos para quem nos acompanha e buscarmos o equilíbrio entre os próprios desejos e a necessidade de criar relações verdadeiras.

Nem tudo o que desejamos é o que devemos fazer. Isso não tem nada a ver com sonhos, isso tem a ver com escolhas de uma vida equilibrada, autêntica e feliz.

Gosto muito desse versículo bíblico, que, se observado, é uma fonte de sabedoria. Quando se entende que a expressão “tudo me é lícito, mas nem tudo convém”, vem de 1 Coríntios 6:12, entendemos as suas entrelinhas como um aviso sobre os perigos da libertinagem e das escolhas desastrosas. Entendemos que as nossas ações têm consequências e, se malfeitas, podem gerar problemas imensuráveis e aprisionar em um mundo irreal quem nasceu livre para ser feliz.

A felicidade reside no equilíbrio daquilo que eu quero (só porque eu desejo) e aquilo que é possível justo e necessário.

Precisamos prestar atenção em quanto as nossas ações estão construindo a vida que desejamos viver e até quanto tem nas nossas atitudes desenhado um caos futuro.

Porque podemos fazer escolhas, somos livres para escolhermos o que desejamos viver. As escolhas requerem renúncias, porque uma vez que se escolhe um caminho, todos os demais ficarão para trás.

Que a gente faça um caminho que nos conduza à felicidade, que usemos a nossa liberdade para fazermos escolhas sem jamais deixarmos marcada a nossa existência como sendo alguém que na ânsia de alimentar as fantasias destruiu vidas e sonhos de quem partilha a vida conosco.

Que a gente saiba respeitar quem segue conosco, quem se compromete e se entrega por confiar em nós.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

 

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