Demanda por imóveis deve manter em alta área habitacional

Maria Cristina Kunzler
Com terrenos mais caros e visando ter maior segurança, rondonenses estão buscando cada vez mais morar em apartamentos: construção de edifícios é a nova tendência

A economia aquecida, aliada ao aumento no poder de compra da população, fez com que o sonho da casa própria se tornasse realidade para muitos brasileiros nos últimos anos. Tanto é verdade que o segmento passou por um boom no mercado imobiliário na década passada. Em Marechal Cândido Rondon, este crescimento é visível e notório, basta andar pela cidade. Regiões que antes eram consideradas da área rural do município e estavam inabitadas, hoje foram incorporadas ao perímetro urbano e por onde se olha é possível ver construções. Para se ter ideia, entre 2000 e 2010 foram abertos 48 novos loteamentos, conforme dados da Secretaria Municipal de Coordenação e Planejamento.
A pergunta que fica é: ainda existe margem para crescimento no setor imobiliário? Para o gerente de vendas da Edemar Imóveis, Clever Wollstein, a resposta é sim. “O mercado continua bastante aquecido”, afirma. Ele cita como exemplo um loteamento que estava em processo de abertura em Pato Bragado. “Começamos a fazer as vendas dos terrenos e em questão de quatro dias sobrou apenas um lote disponível para venda, o restante foi comercializado”, comemora. “Para quem pretende investir, o mercado imobiliário continua sendo uma boa opção, especialmente os terrenos, em que o processo de valorização é mais rápido”, garante.

Em se tratando de valorização de preços, o profissional menciona que no momento houve certa estabilização, mas não estagnação. “Em termos de números de imóveis vendidos de 2008 em comparação a 2007 houve um aumento de 20,50% e em termos financeiros o aumento foi de 36%. De 2009 em relação a 2008 houve um decréscimo de 57% em termos de quantidade de imóveis vendidos, justamente no período em que houve a crise econômica. Porém, em termos financeiros houve uma redução de apenas 6%. Isso demonstra que foram vendidos menos imóveis, mas em termos financeiros não houve muita diferença”, explica, acrescentando: “Em 2010 houve um crescimento de 90% em termos de quantidade de imóveis comercializados e aumento de 58% em termos financeiros. Neste ano, a estimativa até setembro em relação a 2010 demonstra aumento de 27% em quantidade e em termos financeiros aumentou 55% em comparação ao ano passado inteiro. A cada ano estão aumentando consideravelmente as vendas de imóveis”, detalha.

Mudança no perfil
Em atividade há 11 anos, a empresa esteve focada neste período na abertura de loteamentos por se tratar de um mercado promissor. “Estamos trabalhando no processo de abertura de três novos loteamentos. Pretendemos começar a vender terrenos em ao menos uma destas áreas até o final do ano”, revela.
Apesar de que os próprios clientes preferem investir em terrenos em relação a casas. Nos últimos anos está havendo uma mudança do perfil consumidor. A novidade é que a tendência no mercado está sendo a edificação de prédios, cujo objetivo é atender uma demanda de público que visa acima de tudo buscar a segurança. “São pessoas que abrem mão da privacidade para ter mais segurança. Já estamos construindo um edifício e estamos trabalhando na construção de mais dois”, comenta.

Projeção de crescimento
A agência da Caixa Econômica Federal de Marechal Cândido Rondon alcançou no ano passado o recorde de liberação de financiamento. Ao todo, foram 492 projetos aprovados, que correspondem a R$ 12,4 milhões. “O mercado imobiliário está muito aquecido nos últimos anos”, resume o gerente Ilto Bendo.
Questionado se há projeção de aumento, ele comenta que o que determina é a demanda. “Se houver expansão será mais modesta em comparação aos últimos três anos, em que dobramos o número de financiamentos liberados. Acredito que o crescimento não será tão grande, mas a nossa projeção é de 10% a 15% de aumento ao ano. Os saltos foram muito grandes e não acredito que o crescimento será na mesma proporção”, analisa.
Ao ser perguntado se a nova crise financeira mundial pode afetar o mercado imobiliário, Bendo explica que quem busca financiamento não está preocupado com o momento econômico. “Não percebemos que as pessoas estão pedindo para esperar a liberação do financiamento, pois elas querem a casa própria”, declara.

De olho no mercado
Apesar de a Caixa Econômica Federal ser considerada a principal instituição financeira voltada ao financiamento habitacional, outros bancos já estão investimento mais nesta fatia do mercado, como é o caso do Banco do Brasil, que desde 2008 possui crédito para aquisição da casa própria que já tenha o Habite-se. Desde então, a instituição vem registrando crescimentos consideráveis. “Estamos sentindo que cada vez mais está havendo uma procura intensa pelo financiamento. No país, o Banco do Brasil registrou um crescimento no ano passado em relação a este ano de aproximadamente 80%. Em Marechal Cândido Rondon, acreditamos que a demanda alcançará 100%”, comemora o gerente da agência rondonense, Luiz Carlos Siqueira.
Conforme o profissional, a atuação da instituição está mais voltada para o público de classe média, tendo em vista que a agência rondonense ainda não trabalha com programa como Minha Casa, Minha Vida. “O Banco do Brasil está fazendo alguns testes em algumas cidades do país e acreditamos que em breve Marechal Rondon deve ser contemplado com este programa”, afirma, segundo o qual a instituição trabalha com taxas de juros bastante competitivas e os financiamentos podem ser parcelados em até 360 meses, de acordo com a capacidade do cliente. O cliente também pode utilizar o FGTS.

 

Demanda em alta
Na avaliação do gerente da agência rondonense, o setor imobiliário ainda tem muita margem de crescimento, pois há demanda. “A procura está aumentando e o mercado está muito dinâmico: são pessoas que querem sair do aluguel ou os que desejam construir para vender. O mercado de construção civil no Brasil vive um momento muito propício e a demanda está sendo muito maior do que está sendo possível atender. Acredito que teremos muitos anos de crescimento no mercado”, avalia.
Para os que planejam investir em imóveis, a opção pode ser a Feira de Imóveis Obras Nota 10, que começou ontem (23) e prossegue até domingo (25) em Toledo. O evento acontece no Centro Comercial Catedral. “Os nossos funcionários estarão para atender eventual demanda do município rondonense”, conclui Siqueira.