Fale com a gente

Geral

Greve dos bancários atinge 100% das agências locais

Publicado

em

Maria Cristina Kunzler
Faixas e adesivos foram colados nas fachadas das agências bancárias informando aos clientes da greve: bancários paralisaram atividades por tempo indeterminado

 

Logo no primeiro dia da greve nacional dos bancários, que teve início ontem (27), já houve adesão de profissionais de todas as agências de Marechal Cândido Rondon. O trabalho de convencimento para adesão foi de certa forma tranquilo. A paralisação das atividades por tempo indeterminado afetou o Banco do Brasil, Bradesco, a Caixa Econômica Federal, o Itaú e o HSBC. A informação é da diretora do Sindicato dos Bancários de Toledo e Região, Lucia Brentano Vogt.

Na última sexta-feira (23) foi realizada a quinta e última negociação envolvendo os bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas não foi possível chegar a um acordo. Na oportunidade, a proposta de reajuste de 8% sobre os salários foi recusada. A categoria quer reajuste de 12,8% (5% de ganho real mais a inflação do período), valorização do piso, maior participação nos lucros, mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, entre outros itens. “Por enquanto não tem nenhuma nova rodada de negociação marcada. Não há nada previsto”, afirma a diretora sindical.
Conforme Lucia, a categoria não está reivindicando somente benefícios para os trabalhadores. Ela lembra que na carta de reivindicações uma das solicitações é para que sejam realizadas mais contratações de profissionais, justamente para que seja possível melhorar o atendimento ao público e para que os clientes não precisem esperar muito tempo na fila. “Brigamos também pela sociedade e para que os bancos tenham juros mais baixos para que a população possa usufruir o que a rede bancária tem para oferecer”, declara.

Cooperativas de crédito mantêm atendimento normal
Enquanto as agências bancárias de Marechal Cândido Rondon aderiram à greve, as cooperativas de crédito Sicredi Costa Oeste e Sicoob Marechal mantêm o atendimento normal em suas unidades. Entretanto, a expectativa é que o fluxo financeiro e o movimento de pessoas aumentem de forma considerável enquanto durar a paralisação dos bancários.
Em função disso, o gerente da Sicredi Costa Oeste das unidades de atendimento da Avenida Maripá e da Copagril, Gilson Metz, ressalta que a tendência é que a estrutura de atendimento aos associados fique sobrecarregada enquanto durar a greve. “Pedimos a compreensão do associado neste momento, porque muitas vezes ele vem até a cooperativa e questiona a demora no atendimento e as filas. Contudo, é uma situação atípica e imprevisível e acabamos recebendo uma carga maior de trabalho em função destas pessoas e empresas que não conseguem utilizar os serviços da rede bancária em geral”, enaltece.
De acordo com Gilson, quando os bancários paralisaram o atendimento no ano passado, a Sicredi Costa Oeste registrou um aumento no fluxo de movimentação de pessoas nas unidades de atendimento que chegou a 20% em comparação aos dias normais. “Porém, o volume de transações chegou a aumentar próximo a 50% em determinados dias. Isto porque o volume de atividades acaba acontecendo no meio eletrônico, como caixas eletrônicos, Sicredi Total Internet, agentes credenciados, movimentação de títulos bancários, pois o boleto que não pode ser pago na rede bancária acaba muitas vezes migrando para a cooperativa. Este fluxo de movimentação foi considerável”, relembra.
Apesar de ontem (27) ter sido apenas o primeiro dia de greve, na unidade de atendimento da Avenida Maripá já houve o registro de um incremento nas movimentações financeiras e no fluxo de pessoas. “Isso inevitavelmente vai acontecer durante o período em que a greve perdurar”, ressalta Gilson Metz.

Copyright © 2017 O Presente