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Produtores da região contam com propriedades de referência
Carina Ribeiro/OP |
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Leite produzido na propriedade da família Eckstein está entre os que possui menor contagem bacteriana total: média de três mil/mês |
Estabelecer propriedades como unidades de referência para que diferentes grupos de produtores possam conferir os resultados de um sistema produtivo modelo na bovinocultura leiteira é a proposta do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
A partir dos escritórios locais, o órgão formou 20 grupos de produtores em 11 municípios da região para uma troca de experiências a respeito das práticas adotadas no dia a dia, estabelecendo pelo menos uma propriedade modelo por cidade.
De acordo com o médico veterinário da Emater de Toledo, Gelson Hein, que coordena o projeto na região, nas propriedades de referência são desenvolvidas iniciativas de acordo com a recomendação técnica. Nas propriedades em que o proprietário aceita a proposta de implantar melhorias no manejo, não abrimos mão de algumas prerrogativas, que são condicionantes para que realmente seja identificada como propriedade modelo, pontua.
O trabalho abrange cuidados visando o conforto animal, alimentação de qualidade, sanidade e controle de gestão. Quanto ao conforto animal, a recomendação principal diz respeito à oferta de áreas sombreadas para permanência dos bovinos.
A questão sanitária dos animais é outro ponto relevante do projeto. Além das vacinas obrigatórias como para prevenir febre aftosa, brucelose e tuberculose, nas propriedades modelo, os animais ainda recebem imunizações complementares contra endoparasitas, ectoparasitas, vírus e bactérias.
A indicação dos técnicos é de que os animais sejam imunizados contra doenças como leptospirose, Rinotraqueite Infecciosa Bovina (IBR), Diarreia Viral Bovina (DVB), vírus respiratório sincicial (BRSV), dentre outras. A IBR está entre as doenças que atingem muito os animais a partir de sintomas reprodutivos como repetição de cio, aborto, mas também com sintomas respiratórios, afirma Hein.
Segundo ele, a diarreia bovina se manifesta em animais jovens, com problemas respiratórios e de crescimento, assim como em adultos ela aparece na forma de problemas reprodutivos. Mas o maior problema dessa doença é o fato de ser imunossupressora, ou seja, reduz a imunidade do animal e propicia que outras doenças apareçam, como mastite, que é um problema sério e resulta em perdas de produção, justifica o veterinário.
Por conta disso, os produtores têm que fazer um controle de mastite no leite a cada 15 dias, propõe o profissional. Dentre as bactérias que podem afetar os animais, conforme Hein, a preocupação maior é com o carbúnculo. Ele normalmente causa mortalidade e quando aparece não há mais o que fazer, por isso é importante a prevenção, salienta.
No caso da leptospirose, o veterinário também indica o caminho da prevenção. Segundo ele, a doença não é somente transmitida pelo rato, mas todos os animais de sangue quente podem ter leptospira, cachorro, gato, animais silvestres, suínos. Algumas leptospiras estão no ambiente e não causam doença para todos os animais, mas podem ser patogênicas para os bovinos, alerta.
Já no caso de raiva, que se trata de uma zoonose, o controle é ainda maior, razão pela qual a doença é merecedora de uma campanha específica de vacinação.
Dentre os municípios que já contam com o trabalho diferenciado da Emater estão Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Mercedes, Pato Bragado, Toledo, Guaíra, Ouro Verde do Oeste, São José das Palmeiras, São Pedro do Iguaçu, Santa Helena e Assis Chateaubriand. Em todas essas cidades difundimos esta proposta de trabalho, conforme a disponibilidade de acompanhamento dos técnicos da Emater, salienta.