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Marechal Quebra à vista

Estiagem histórica compromete safrinha de milho; perdas devem chegar a 50% na região

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Conforme Deral, quebra na regional de Toledo é de aproximadamente 23% devido à falta de chuva. No entanto, para a microrregião de Marechal Rondon comprometimento é avaliado em 50% (Foto: Joni Lang/OP)

Depois de uma safra de soja histórica, com índices de produtividade recordes, os agricultores temem uma quebra expressiva na safrinha de milho. No Oeste do Paraná, aproximadamente 50% das lavouras cultivadas com a cultura de inverno podem estar comprometidas devido à estiagem prolongada que assola a região nos últimos meses.

“Este ano promete ser difícil, pois a ‘seca brava’ tem gerado interpretações diferentes nos agricultores. Até este momento o novo coronavírus não afetou o agronegócio, uma vez que a colheita da safra de soja foi finalizada antes do problema ter iniciado. Para ajudar, o câmbio foi interessante ao produtor, com média de R$ 85 a saca de soja”, comenta Valdair Schons, representante de uma empresa do setor agrícola, emendando que no último dia 06 a cotação da Bolsa em Chicago, nos Estados Unidos, estava na faixa e US$ 16 a US$ 17, o que resulta em R$ 80 a saca de soja ao produtor. “O que ainda é bom”, frisa.

Segundo ele, o transporte do produto e o embarque seguem dentro do programado, sem interferência até o momento. “Havia comentário sobre fechar, mas acredito que isso não vai acontecer porque daí o mundo todo fica sem comer. Mesmo com as dificuldades nesta época por causa do coronavírus, os caminhoneiros continuam trabalhando bastante. Nós vemos caminhões entrando e saindo, então o cronograma flui normalmente”, ressalta.

 

Expectativa é de que as chuvas da última semana “ajudem a salvar” em torno de 50% das lavouras na microrregião (Foto: Joni Lang/OP)

 

DOIS LADOS

Conforme Schons, a expectativa para a safrinha de inverno é complicada. “A chuva do último dia 06 salva em torno de 50% das lavouras, ou seja, se de um lado o agricultor está feliz por ter obtido bom rendimento na safra de soja, agora ele corre o risco de perder bastante com o milho safrinha”, compara.

Nos municípios da microrregião rondonense a projeção é de que 40% das lavouras cultivadas com milho safrinha estão na fase de florescimento entrando para a floração, período em que a ocorrência de chuva é considerada fundamental, pois auxilia no processo de polinização e enchimento dos grãos. “Outros 40% são de áreas que ainda toleram a falta de chuva, mas as precipitações desta semana foram boas por permitir a recuperação e o produtor fazer trato cultural e a proteção necessária. A porção restante, em média 20%, foi plantada recentemente e tolera a falta de chuva por estar na fase inicial de desenvolvimento, mesmo assim a chuva se mostra positiva pela umidade no clima ser essencial para que os produtos usados sejam eficazes”, complementa o agrônomo Renato Wiebrantz.

 

Área cultivada na entrada do distrito de Novo Horizonte mostra os efeitos da estiagem: desenvolvimento irregular do milho safrinha (Foto: Joni Lang/OP)

 

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