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Política Volatividade e preço

Adriano Pires, futuro presidente Petrobras, defende criação de fundo para combustíveis

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(Foto: Arquivo Pessoal)

Diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) desde 2000, o economista Adriano Pires foi confirmado nesta segunda-feira (28) para substituir o general Joaquim Silva e Luna no comando da Petrobras.

Se confirmado, Pires será o terceiro presidente da Petrobras na gestão Jair Bolsonaro. Antes de Silva e Luna, o cargo foi ocupado por Roberto Castello Branco.

Para a presidência do conselho de administração da estatal, Bolsonaro indicou Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo. Ele ocupará o lugar do almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que pediu para sair para se dedicar à família.

Apesar de ter sido indicado pelo governo, o economista tem visões contrárias à de Paulo Guedes. Pires, por exemplo, defende manter a política de preços da estatal alinhada aos preços internacionais. No entanto, ele explica que é preciso aliviar a disparada dos preços ao consumidor e sugere o uso de dinheiro público.

Nas suas últimas declarações públicas, Pires defendeu o uso de dividendos para a criação de fundo de estabilização para evitar repasses de preço ao consumidor nos momentos de forte alta da cotação do petróleo.

“O fundo não vai resolver o problema de aumento do preço do combustível”, afirmou em entrevista concedida em novembro ano passado. “Mas ele vai ajudar em duas coisas: diminuir a volatilidade, ou seja, não vai haver um repasse tão rápido para o consumidor. E pode reduzir um pouco o preço.”

O economista também não deve trabalhar para mudar a política de preço da Petrobras e já vinha atuando como consultor informal do Ministério de Minas e Energia (MME), segundo o blog da Ana Flor.

Em uma live realizada pela FPE Debate no mês passado, Pires chegou a afirmar que o preço do barril fosse cotado ao dobro do atual, que está em US$ 100.

“A gente deveria torcer para o petróleo ir a U$ 200 porque o petróleo passou a ser uma grande fonte de arrecadação para o Brasil”, disse.

 

Aumento de demanda

Em entrevista ao g1 em fevereiro, Pires afirmou que o aumento de preços dos combustíveis foi impulsionado pela maior demanda em todo o mundo. Para o executivo, a atual política de preços da estatal é “populista”.

“Produção de energia não funciona com botão ‘liga e desliga’, leva tempo. Antes de tudo, o que traz equilíbrio à curva de oferta e demanda é o preço”, diz.

No início de março, o executivo alertou também que o Brasil corria risco de ficar sem combustíveis suficientes para abastecer seus veículos e máquinas se continuasse praticando no mercado interno um valor muito diferente do praticado no mercado internacional.

“Minha preocupação não é a gasolina a R$ 12 o litro, minha preocupação hoje é o desabastecimento”, disse Adriano Pires em entrevista à GloboNews. “É o risco de se praticar um preço dentro do Brasil muito diferente daquele praticado lá fora”.

 

Botijão de gás

Para o maior acesso ao botijão de gás, Pires afirmou no ano passado que a solução seria a implementação de uma tarifa social — em que famílias de baixa renda pagariam um valor inferior ao de outros consumidores.

“O vale gás deve funcionar como o vale transporte: um cartão eletrônico que só valesse para a compra do botijão de gás. Se você simplesmente aumenta o valor do benefício do Bolsa Família, aquela família que está com uma demanda reprimida não vai necessariamente comprar o gás. Ela pode comprar outros produtos”, explicou.

 

Com G1

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