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Política Marechal Rondon

Na terra de alemão, libanês despeja R$ 14 milhões

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Líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Hussein Bakri (PSD): “São recursos significativos. Não sei se em algum momento culminou com a chegada de tantos recursos para Marechal Rondon” (Foto: Dálie Felberg/Alep)

Se há quatro anos o deputado estadual Hussein Bakri era desconhecido em Marechal Rondon, onde fez apenas dois votos, hoje se tornou um dos principais aliados do prefeito Marcio Rauber

Na terra em que muitos são descendentes de alemães, um libanês – ou turco como alguns chamam – chegar ao município em busca de espaço político pode ter sido visto, inicialmente, com certa desconfiança. Porém, não demorou para esse libanês conquistar a confiança de políticos e, em troca, os resultados aparceram em apenas dois anos.

Hussein Bakri (PSD) é líder do governo na Assembleia Legislativa, mas já foi prefeito por dois mandatos em União da Vitória antes de chegar à condição de deputado estadual.

O cenário após a eleição de 2018 fez com que este nome, até então desconhecido aqui (afinal, foram apenas dois votos em Marechal Cândido Rondon), surgisse na região. Com o resultado daquele pleito, em que o deputado Elio Rusch (DEM) não foi reeleito, o democrata decidiu apresentar Bakri para alguns prefeitos. “E foi isso que ele fez. Desta forma acabei entrando na região pelas mãos do Elio Rusch e do meu assessor Luciano Scherer, que é de Marechal Cândido Rondon”, relembra o parlamentar do PSD. “O Elio Rusch fez isso com total desprendimento e tive ao meu lado o Luciano. Peguei a oportunidade e agarrei. Posso ser criticado por várias coisas, mas nunca vão dizer que sou um político que não aparece ou aquele que só surge em ano de eleição. Quantas e quantas vezes já fui para o Oeste, para ser elogiado, criticado ou cobrado”, afirma ao Jornal O Presente.

De acordo com Bakri, neste período em que passou a atuar também no Oeste do Paraná foi possível constatar, segundo ele, que a população é diferenciada. “Acabei criando uma identidade com o povo do Oeste, que é diferenciado, com todo o respeito aos demais. É um pessoal que tem credibilidade muito grande e exige seriedade, a verdade, e sou sincero. Nunca prometo o que não pode ser feito e procuro sempre dar retorno às pessoas. Essas características deram certo com a região e fui crescendo, assim como foram aparecendo recursos”, argumenta.

Se inicialmente o deputado representava apenas um município do Oeste junto ao Governo do Paraná, que é Foz do Iguaçu, com o tempo esse número subiu para 14 – além de 15 cidades em outras regiões do Estado. “Foi um salto fantástico e reconheço todos os fatores que me trouxeram até aqui”, enaltece.

 

ALINHADO COM MARECHAL RONDON
Marechal Cândido Rondon tem visto, nos últimos anos, uma significativa quantia de recursos e investimentos que estão sendo destinados ao município, seja por meio das emendas de Hussein Bakri ou a partir de suas articulações junto ao Governo do Estado.

O líder do governo elenca os motivos que levaram a este bom momento vivido na política local e estadual: “Primeiro precisamos destacar a qualidade dos projetos que são executados pela prefeitura rondonense. Isso realmente precisa ser destacado. O segundo ponto é a questão relacionada às certidões. Uma parte das prefeituras do Paraná em que destinamos recursos não estão em dia com sua situação fiscal ou previdenciária, por isso não podem receber recursos. Em Marechal Rondon isso é algo levado a ferro e fogo. A prefeitura, quando termina o projeto, já pode receber. A outra questão é a unidade política. A Câmara de Vereadores e o prefeito Marcio Rauber têm se notabilizado por estarem em Curitiba em busca de recursos e correndo atrás. Tempo atrás levamos o prefeito até o governador Ratinho Junior e está estabelecida uma parceria da administração do Marcio com o governo estadual”, declara, enfatizando que o governador tem atuação voltada ao municipalismo.

 

R$ 14 milhões
Somando tudo isso, Bakri comenta que a partir dessa parceria com Marechal Rondon foi possível destinar ao município um volume expressivo de recursos. “Em recursos em andamento já são aproximadamente R$ 14 milhões a fundo perdido, destinados somente pelo meu gabinete”, revela.

Dentre estas emendas ele cita algumas, como R$ 1 milhão para revitalização da Avenida Rio Grande do Sul; R$ 4 milhões para pavimentação asfáltica, sendo que a primeira etapa – de R$ 2 milhões – está sendo liberada essa semana e a segunda etapa em 45 dias; R$ 500 mil para unidade do Centro de Referência de Assistência Social (Cras); R$ 850 mil para uma ala de esportes para o campus da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), além de R$ 550 mil já destinados para obras externas no complexo de laboratórios, inaugurado semana passada; R$ 105 mil para aquisição de uma minivan; R$ 1 milhão para o Hospital Municipal Dr. Cruzatti; e R$ 550 mil para construção de um auditório no Colégio Estadual Eron Domingues, sendo que falta apenas a documentação do terreno.

Já por parte do Estado, Bakri enumera que está em andamento o Contorno Oeste, cuja obra neste momento foi paralisada para a retirada de postes, no valor de R$ 20 milhões; construção da sede própria do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), com mais R$ 32,5 milhões; pavimentação da estrada entre o distrito de Margarida ao município de Pato Bragado, R$ 2 milhões; e pavimentação poliédrica de 3,6 quilômetros na Linha Flor de Maio. “São recursos significativos. Não sei se em algum momento culminou com a chegada de tantos recursos para Marechal Rondon”, comemora.

 

EXPECTATIVA PARA OUTUBRO
Diante da sua atuação política, Bakri admite que tem expectativa em aumentar a votação na eleição deste ano. “Mas não vinculei e nem cobrei nada de ninguém, até porque o que é forçado não dá certo. Ou conquista ou não. Na vida tudo é assim e espero que meu trabalho e minha resolutividade possam ter conquistado os eleitores do Oeste. Essa é minha esperança, mas só vou ter certeza quando as urnas se abrirem. Não vou negar que trabalho com uma hipótese boa no Oeste, considerável no número de votos. Estou esperançoso com o resultado político que posso obter com meu trabalho”, destaca.

 

FEDERAÇÕES
Em relação à eleição de outubro, houve conversas entre lideranças do PT e PSD para, conforme os rumores, formar uma eventual federação. A federação é uma aliança nacional com duração de quatro anos e que precisa ser seguida nos Estados e municípios.

No entanto, Bakri não acredita que PT e PSD avançam nestes diálogos. “Eu tenho um profundo respeito pelo presidente nacional do PSD, o Gilberto Kassab. Ele é o maior jogador, joga dali, joga daqui, e você não sabe o final que ele quer. Não vejo a menor possibilidade do PSD estar com o PT. Não tenho nada contra os petistas, mas não tem como misturar, pois são visões ideológicas totalmente diferentes. Não combinam e, na minha opinião, isso não vai prosperar. Acho que não passa de um joguete eleitoral promovido em Brasília para chegar não sei aonde. O objetivo final eu não sei, mas tem algum objetivo. Pode apostar. Não vai prosperar essa possibilidade”, afirma, convicto.

 

FUNDO ELEITORAL
Ainda nesta seara, o deputado estadual analisa que os dirigentes partidários nacionais possuem um instrumento importante, que é o fundão eleitoral. “Esse será um instrumento forte para as negociações. Esse fundo eleitoral de R$ 5 bilhões é uma vergonha e sou claramente contra, pois estamos em um país em que as pessoas estão passando dificuldades. Quero deixar claro que é uma vergonha gastar R$ 5 bilhões ao bel prazer dos comandantes partidários, que vão escolher para quem destinarão o dinheiro. E sabe quando vão escolher? Agora, nas negociações partidárias. Estão negociando a alma do povo brasileiro. Eles terão R$ 5 bilhões para torrar e vão escolher como querem. Não sou contra o fundo, mas sou contra o volume de recursos. Poderia colocar R$ 1 bilhão, porque as campanhas estão mais baratas que antigamente. Hoje envolve muito o meio digital, redes sociais, não há mais comícios e grandes gastos como antigamente. É um grande desperdício”, critica.

 

PERMANÊNCIA NO PSD
Inicialmente, o prazo para formar as federações terminaria em 02 de abril, a mesma data-limite para aqueles que desejam se candidatar estejam filiados. Contudo, recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) prorrogou as federações para 31 de maio. Isso tem gerado uma instabilidade política aos pretensos candidatos, tendo em vista que muitos não sabem agora que rumo tomar.

“Sempre há (instabilidade), porque o tempo para definir partido é de maior efervescência na política eleitoral. Antigamente tinha a coligação e você sabia que juntando tal partido com outro havia a possibilidade de eleger tantos candidatos. Hoje não sabemos com a federação e qual a repercussão disso, quem sairá mais fortalecido. O cenário é abstrato. No final o que todo mundo quer é ir para um partido em que vai precisar menos votos para se eleger. Essa é a realidade, mas como acertar ninguém sabe. Eu, pessoalmente, penso que é melhor ficar onde está. Eu vou ficar no PSD, partido do governador Ratinho Junior, mas a efervescência vai ser muito grande quando abrir a janela partidária e vamos ver movimentações significativas”, conclui.

Eu vou ficar no PSD, partido do governador Ratinho Junior, mas a efervescência vai ser muito grande quando abrir a janela partidária e vamos ver movimentações significativas

 

Por Maria Cristina Kunzler/O Presente

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