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Elio Migliorança

A CAÇADA DEVE CONTINUAR

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O relatório da auditoria realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná – Alep, resultado da análise de centenas de processos de aposentadoria, foi capaz de embrulhar até o estômago mais resistente. As irregularidades apontadas podem ser classificadas como “prostituição administrativa”. É inacreditável o abuso na gestão do nosso dinheiro ao longo do tempo. E aqui é preciso enaltecer mais uma vez a coragem da mesa diretora da Alep, na pessoa de seu presidente Valdir Rossoni, de passar aquela casa a limpo. Certamente foi preciso uma gigantesca dose de coragem para enfrentar um desafio desta envergadura. O que foi divulgado é crime contra a economia popular, formação de quadrilha para roubar o dinheiro do povo. E não foi apenas uma quadrilha, era uma quadrilha que dava cria, que deixava sucessores, porque as irregularidades referem-se a décadas de aposentadorias fraudadas. Gente que foi promovida depois de aposentada, processos inexistentes, aposentadorias que não foram aprovadas pelo Tribunal de Contas, procuradores que nem eram advogados, aposentados em nível superior que nem faculdade tinham, aposentados ganhando férias, vale-transporte, vale-alimentação e tantas outras malfeitorias mais. Isto até prejudica aquele que se aposentou legalmente, porque fica a imagem de que tudo pode ser sacanagem. O presidente da Assembleia, juntamente com a mesa diretiva, estão fazendo o dever de casa e merecem o respeito e apoio dos paranaenses. Os números divulgados indicam que o prejuízo anual era de R$ 7 milhões. Uma verdadeira fortuna, roubada dos paranaenses. Mas a faxina não deve parar por aí. É necessário que o Ministério Público continue esta caçada, punindo os culpados por esta bandalheira toda. Sim, porque uma aposentadoria passa por análise, tem uma ou várias assinaturas no processo. E aí pergunto ao Tribunal de Contas, como é que as prestações de contas daquela Casa foram aprovadas? Com todos os recursos da informática, como é que ninguém percebeu a existência de aposentados na folha de pagamento, cujos processos não haviam passado pelo Tribunal? Quem era o presidente ou secretário da Assembleia Legislativa quando as aposentadorias foram concedidas? Certamente na hora que estas perguntas forem respondidas, vai sobrar para muita gente. É por isso que o Ministério Público tem uma função estratégica no processo democrático. Promotor de Justiça, eis a função, promover justiça caçando os corruptos e fazendo-os devolver o que receberam ilegalmente, será uma questão de justiça para todos os paranaenses que cumprem seu dever e pagam seus impostos. É por isso que não podemos desanimar. Todas as iniciativas para acompanhar as ações do poder público, fiscalizar, conscientizar as pessoas, acreditar que aos poucos as coisas vão mudar, são importantes, vão somando resultados e fechando as portas para administradores corruptos. E valorizar as iniciativas corajosas como esta é a nossa parte no processo. O que está sendo feito na Alep é sem dúvida um exemplo que os deputados do Paraná estão dando ao Brasil. Se continuar assim, logo teremos orgulho dos deputados que temos por aqui.

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