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Tarcísio Vanderlinde

Hábitos predatórios

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Uma chuva mais significativa já é motivo para muitos de nós relaxarmos em relação ao consumo de água. Nem todos ainda costumam levar a sério o fato de não termos controle sobre os fenômenos naturais do planeta em que habitamos. Vivemos num mundo frágil e, mesmo sabendo da fragilidade do mesmo, continuamos de forma irresponsável a desperdiçar recursos naturais indispensáveis à vida, como é o caso da água.

O sinal amarelo está piscando para os usuários de água em vários municípios do Oeste do Paraná. Diversos mananciais estão com sua vazão no limite. O racionamento já começou. Os poços precisam descansar na madrugada. O consumo consciente, contudo, pode prevenir medidas mais drásticas (O Presente, 22/11/19).

Continuamos a ter hábitos predatórios com a água, coisas impensáveis para grupos populacionais que vivem com carência crônica de água potável pelo mundo.

Nos anos de 1990 participei de um projeto educacional desenvolvido pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) do município de Marechal Cândido Rondon sobre o uso RESPONSÁVEL da água.

Vejo como um hábito condenável o costume de varrer calçadas e até ruas em frente às residências de nossa cidade com água potável. Não estou sozinho nesta observação. De longe parece ser o costume mais irresponsável de desperdício de água que costumo ver todo dia. Porém, é oportuno lembrar que outros hábitos predatórios associados à nossa intimidade também se relacionam ao desperdício. A água é um produto diferenciado que não pode ser utilizado à vontade apenas pelo fato de se poder pagar por ela.

Após serem anunciadas medidas preventivas para o consumo consciente de água no município de Marechal Cândido Rondon, resolvi fazer uma rápida recapitulação sobre em que aspectos posso contribuir.

Já não mando lavar com frequência o transporte da família. Apenas limpo por dentro com aspirador e um pano úmido. Posso postergar sem problemas um serviço mais completo.

Posso melhorar meus hábitos com o tempo que emprego no banho, na forma como utilizo a água no vaso sanitário, na escovação de dentes, ao lavar as mãos. Posso regar minhas plantas preferidas direcionando diretamente para as raízes das mesmas uma quantidade bem menor de água do que se usasse a mangueira deliberadamente. Não custa lembrar também que dá para poupar ao lavar as louças ou as roupas.

A lista pode ser ampliada no âmbito da realidade de cada um. A criatividade no uso racional da água não é um favor, é um imperativo. Não dá para deixar para começar amanhã.

 

O autor é professor da Unioeste

tarcisiovanderlinde@gmail.com

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