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Elio Migliorança

MALDITA “JARI”

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Esta foi a expressão ouvida de um cidadão indignado que escreveu uma carta dirigida aos membros da Jari (Junta Administrativa de Recursos de Infrações), cujo teor vai transcrito a seguir. “Carta aberta aos senhores membros da Jari. Prezados senhores e senhoras. A presente carta foi motivada pela vossa comunicação de que o recurso interposto sob protocolo nº (.) de 27/07/2011 foi julgado e indeferido ficando mantida a penalidade imposta com todos os seus efeitos. Com isso e sem qualquer fundamentação ou justificativa plausível para que a multa fosse mantida, sinto-me na obrigação de escrever esta carta para manifestar-lhes minha indignação de cidadão cumpridor de seus deveres e pagador dos impostos que pagam os seus salários para que vocês possam distribuir por aí injustiças anônima e impunemente. O comunicado veio impresso e no final consta ‘presidente da Jari’ sem uma assinatura ou identificação para saber quem é o responsável pelo documento.
Aos que fazem parte desta tal ‘Jari’, que não estão identificados em lugar algum, que se escondem atrás de uma sigla e assim não precisam mostrar a cara diante das injustiças que podem cometer sem compromisso, quero enviar uma mensagem que lhes servirá para profunda reflexão. É humanamente admissível que alguém seja multado dentro da sala de cirurgia de um hospital? Vocês aceitariam que um filho de vocês, depois de ferido por um acidente que não provocou, com uma perna dilacerada na qual foram feitos 30 pontos, fosse interpelado por um policial dentro da sala de cirurgia pedindo-lhe a carteira de motorista que havia caído no asfalto no momento do acidente? Queriam que ele saísse correndo alguns quilômetros dali para tentar achar o documento? Não há justificativa suficiente num fato destes para anular aquela multa injusta, desumana e fora dos padrões do bom-senso? Há algum sentimento entre vocês quando se reunem para analisar os recursos, ou aproveitam para bebericar aperitivo enquanto o funcionário encarregado da impressora é orientado a preencher todos com o mesmo chavão “fica mantida a penalidade imposta em todos os seus efeitos”?
A Jari existe para analisar os processos encaminhados ou foi criada com o intuito de fingir uma pseudo-democracia, onde o cidadão reclama, mas o direito sempre lhe será negado? Ou o salário dos ilustres integrantes desta ‘entidade suprema’ são proporcionais à arrecadação que proporcionam, ganhando por produtividade?
Rogo a Deus para que um dia vocês se encontrem nesta situação e sintam esta sensação de frustração e injustiça, ferindo-os no seu direito sagrado que é o de obter justiça de parte daqueles que possuem o poder, mas o utilizam para ferir o cidadão. Não ouso desejar que um dos seus familiares passe por isso, mas tenho certeza absoluta que num caso como este, se um dos seus familiares estivesse envolvido a ‘onipotente e secreta Jari’ teria dado outro desfecho para o caso analisado, se é que ele foi analisado. E, ao contrário do que vocês fazem nos seus documentos, além de me identificar, informo-lhes que a multa foi imposta ao meu filho… conforme consta nos autos”.
Seguem data e assinatura do remetente, omitidos aqui por questão ética.

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