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Elio Migliorança

OUTRO PROJETO VITAL

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Foi de vital importância a mobilização da sociedade brasileira pressionando os congressistas a aprovarem o projeto de iniciativa popular que resultou na “Lei da Ficha Limpa”, com a intenção de moralizar um pouco a prostituída política nacional. Se o Poder Judiciário não estragar, o negócio pode ter um bom resultado, sim porque nas altas esferas judiciais já foram abertas exceções onde elas não deviam existir. Agora seguindo este caminho, vou propor outro projeto vital, o qual deve atingir o eleitor com as mesmas exigências feitas aos candidatos. Sim, direitos e obrigações iguais.
O político não cai do céu, ele é fruto do meio em que vive, portanto, para termos políticos melhores é necessário eleitores melhores, ou seja, “eleitores ficha limpa”. Assim listei alguns critérios que devem ser incluídos no projeto. Pela proposta fica impedido de votar o eleitor que: saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas; estaciona nas calçadas até debaixo de placas proibitivas; suborna ou tenta subornar quando pego cometendo infração; fala no celular enquanto dirige; dirige após consumir bebida alcoólica; fura fila no banco, utilizando-se de esfarrapadas desculpas; pega atestado médico sem estar doente só para faltar ao trabalho; faz “gato” de luz, água e TV a cabo; quando a serviço pela empresa adultera o valor da nota da refeição; estaciona em vagas exclusivas para deficientes; comercializa objetos doados nas campanhas de catástrofes; adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado; emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos imposto; quando encontra algum objeto perdido não devolve; troca voto por qualquer coisa tipo areia, cimento, combustível e dentadura; trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento; viola a lei do silêncio; compra recibo para abater na declaração do Imposto de Renda para pagar menos imposto; muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas; leva das empresas onde trabalha pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis, como se isso não fosse roubo; compra e não paga o que deve; ridiculariza uma pessoa estudiosa, honesta e trabalhadora, chamando-a de otária; alimenta o crime organizado através do consumo de drogas; superfatura obras pagas pelo Poder Público; não cumpre o seu horário de trabalho, especialmente se funcionário público; se utilizou de falsa declaração de trabalho para conseguir aposentadoria, e todos os que já estão presos, lógico.
Por enquanto são estas as restrições ao eleitor para ter direito ao voto. No futuro podemos aperfeiçoar o projeto ampliando as restrições até conseguir que todos os eleitores sejam realmente ficha limpa. Mas acredito que aplicando as exigências acima já estaremos excluindo do processo a parte do eleitorado que permite aos “ficha suja” serem reeleitos infinitamente.
Olhando como votam muitos eleitores, cheguei à conclusão que existem duas coisas infinitas no mundo: o universo e a estupidez humana. E eu não tenho certeza quanto ao primeiro.

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