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Elio Migliorança

SEM EXCEÇÕES

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Estamos na Semana Santa e as reflexões nos remetem às injustiças denunciadas por Jesus que o levaram à morte na cruz. Os que detinham o poder, tanto político quanto religioso, sentiram-se ameaçados e entenderam que a melhor forma de garantir seus privilégios era eliminar o autor das denúncias. Ao longo da história, sempre houve uma guerra surda entre o bem e o mal, entre a ética e a corrupção. Não podia ser diferente nos dias atuais. E justamente por ser “semana santa” e pela semelhança com nossa realidade, achei oportuno refletir sobre a nossa perseverança na luta por um mundo melhor. Este mundo melhor tem que começar pela ética incondicional em todos os níveis. E a cobrança que se faz do poder público neste momento, está no caminho certo. O que é público pertence a todos e, portanto é sagrado. Não pode ser roubado por ninguém. Causa revolta às pessoas de bem, ouvir um político dizer que o mal menor está justificado porque outro cometeu um mal maior.
Finalmente a Assembleia Legislativa divulgou os nomes dos quase 2.500 funcionários que possui. Uma multidão que não cabe dentro daquele prédio. Enquanto nós trabalhamos duro, pagamos altos impostos, existe uma multidão de parasitas sendo sustentada sem trabalhar. Ali nunca há frustração de safra. Sempre tem dinheiro sobrando. Digamos que 600 funcionários sejam necessários. E merecem até mais do que ganham. Mas e os outros? A justificativa do presidente da Assembleia Legislativa de que existem outros Legislativos estaduais com mais funcionários do que no Paraná não justifica, nem torna menos grave, o fato de haver uma multidão de privilegiados, ganhando sem trabalhar. Se outros legislativos possuem mais funcionários, então o erro deles é maior ainda. Se alguém foi assassinado a facadas, não justifica dar uma facada na perna do vizinho e ficar impune porque este é um mal menor.
Todos os órgãos públicos deviam publicar nome e local de trabalho de seus funcionários. A população deve exigir ética e moralidade em todos os governos, sem exceção. A população conhece seus direitos, tanto no relacionamento comercial quanto na esfera pessoal. Qualquer abuso e as pessoas procuram seus direitos na justiça por danos morais. Há uma nova geração de promotores e procuradores da república, gente jovem, com outra mentalidade, como vimos nas entrevistas dos últimos dias sobre a operação “Castelo de Areia”, que faz renascer a esperança de dias melhores e mais justos.
O setor público é onde residem as maiores desgraças da população. Aí acontecem os escândalos, a corrupção, os desmandos, a lavagem de dinheiro e a remessa ilegal para os paraísos fiscais e outros crimes mais. Portanto, mais do que nunca é preciso estar atento, não abrir mão dos valores éticos. Vamos cobrar de nossas autoridades e não aceitar o mal feito como mal menor. Que toda a verdade seja revelada. E como exercício na Semana Santa, cada um faça o seu exame de consciência: de alguma forma eu contribuo ou me beneficio da corrupção ou da falta de ética? Se a resposta for positiva então não tenho o direito de reclamar do que os outros fazem.

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