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A Faria Lima do Oeste

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Segunda geração de família tradicional do agro enxerga oportunidade no mercado financeiro e estabelece escritório de investimentos em Cascavel

Se levar ao pé da letra as palavras do empresário Roberto Kaefer por ocasião do Sievex Day, em 25 de novembro último, poderíamos encontrar uma nova confluência no centro de Cascavel.

Seria na Rua Manoel Ribas 2222, esquina com Avenida Faria Lima.

A Sievex Escritório de Investimentos, uma empresa Necton, credenciada ao Banco BTG Pactual, recebeu potenciais clientes no Sievex Day para apresentar seu time. Naquela ocasião, Roberto soube – já com o cerimonial aberto – que teria de dizer algumas palavras.

Nada mais adequado, afinal o empresário tem uma reputação consolidada no agronegócio nacional e experiência de sobra para tratar do assunto. Foi quando
ele proferiu a frase marcante do evento:

“A Sievex nasce sólida, trazendo a Avenida Faria Lima para dentro de Cascavel”.

A Avenida Brigadeiro Faria Lima é uma das mais importantes artérias da cidade de São Paulo. É também um importante centro comercial e financeiro.

Era mais conhecida nas transmissões da Corrida de São Silvestre. Passou a ser notória por sediar algumas das principais instituições do mercado financeiro.

As palavras de Roberto Kaefer passam a fazer mais sentido levando em conta o parceiro da Sievex em Cascavel: trata-se do BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina e o maior do Brasil sem rede de agências.

O BTG alcançou R$ 1 trilhão em ativos sob gestão no ano passado, dobrando o patamar em apenas dois anos. A sede do bancão está no numeral 3477 da Brigadeiro Faria Lima.

Os “faria limers” daqui são jovem, porém experimentados profissionais do mercado financeiro: é o caso do senior partner da Sievex, Eduardo Sampaio, cascavelense da gema, 31 anos, graduado em Direito e pós-graduando em negócios pela PUC. Investidor qualificado, com 12 anos de experiência no mercado financeiro.

Outro integrante do time é Daniel Kaefer. O empreendedor praticamente nasceu dentro da Globoaves, por décadas a maior produtora de pintainhos da América Latina. Ali ele forjou entendimento empresarial e financeiro desde os 13 anos de idade, atuando em toda a vasta cadeia produtiva do negócio. Graduou-se em gestão empresarial, área em que está concluindo um MBA. Atuou nas complexas cadeias globais de exportação e está
designado para os negócios paralelos do grupo, na área imobiliária e financeira.

O time de jovens experimentados em um mercado que mudou muito com a completa automatização de processos e operações à velocidade da luz, está completo com uma das mais talentosas executivas do mercado. Maiara Biss é a CEO da Sievex. Seu reluzente currículo traz duas graduações (Direito e RH), com MBA em auditoria, controlaria e finanças. Complementam a formação seis certificações do mercado financeiro, que habilitam Maiara (29 anos) a operar seguros, investimentos e produtos bancários.

A equipe que traz, nas palavras de Roberto Kaefer, a Faria Lima para o Oeste
do Paraná, tem promissoras possibilidades de prospecção aqui. Para ficar apenas
no segmento econômico mais familiar aos executivos da Sievex, a avicultura,
já é possível ter uma dimensão de como um escritório de investimentos com essas credenciais pode prosperar.

Cascavel e sua área expandida entre os rios Paraná, Iguaçu e Piquiri, em um
raio de 80 km a partir da confluência da “Faria Lima” com Manoel Ribas, aloja
600 milhões de pintainhos por mês e abate 3,1 milhões de frangos por dia – ou
2,1 mil aves por minuto. Isso representa 35% da produção nacional, já com o valor agregado (industrializado) exportada a partir do Oeste do Paraná para 150 países, em moeda forte.

E o segmento aves é apenas um recorte da potência econômica de Cascavel e seu entorno, que concentra o maior Valor Bruto de Produção (VBP) do Paraná.

“Não tenho dúvidas que a Sievex já nasce como um dos principais ativos do BTG no Brasil”, arremata Roberto Kaefer.

Equipe de executivos da Sievex em ação: expertise para entregar os melhores
resultados aos investidores

Pinchando letras

“Verbos” como pinchar, inticar, envaretar, marotiar e relar, entre outros, dificilmente serão pronunciados em ambiente formal, mas eles existem…

Cascavel recebe logo mais, no Show Rural, agricultores de todas as regiões do Brasil com seus diferentes sotaques e linguajares regionalistas. Será uma ótima oportunidade de puxar uma prosa descontraída e exercitar palavreados que frequentaram o vocabulário simplão de nossa infância herdado de nossos ancestrais.

Sim, existe vida fora da chamada língua padrão culta. E as pessoas se entendem muito bem com expressões que vieram lá de longe, reprisadas na prosa de nossos pais e avôs, não raro, pessoas de baixa escolaridade.

Mesmo quem ostenta um bom domínio do idioma pátrio, ao expressar-se verbalmente em ambientes informais, acaba engolindo alguns plurais o produzindo contrações em palavras alongadas. Quem em uma conversa descontraída no cafezinho do Show Rural vai dizer “xicarazinha”?

Vai sair um “xicrinha”. Quem na área demonstrativa da Emater vai falar “aboborazinha”, se pode alternativamente dizer “abobrinha”?

Também é mais fácil dizer “tramela” que o correto “taramela”. Claro, todos com menos de
meio século de vida terão dificuldades de saber o que é uma “tramela”. Mas quando souber não irão usar o “taramela” se podem falar “tramela”.

A propósito, “tramela” é uma palavra em risco de extinção desde que inventaram as maçanetas e fechaduras de metal.

Que outras expressões podem sucumbir ao tempo?

Pinchar é um “verbo” que ouvimos cada vez menos. Pinchar algo é tão raro nos livros de gramática que é difícil cravar se grafamos com “ch” ou com “x”.

Há várias outras expressões quase em desuso de minha infância periférica na Porção Oeste de Cascavel: inticar (provocar), cismar (desconfiar), maroto (mal educado), envaretado (nervoso), relar (tocar em algo ou alguém). Bom, quem é do tempo de chamar suco cremoso de “vitamina” e balão de bexiga, prosear com os visitantes no Show Rural será uma oportunidade de revisitar tempos de palavras alternativas de
um dicionário popular informal, mas entendíveis por quase todos.

Afinal, há uma anedota que nos ensina a simplificar essas coisas (espero que minhas professoras de português não estejam lendo isso):

  • Papai, estou enviando os convites da festa.
    Posso confirmar para sexta-feira?
  • Pode, filho.
  • Mas pai, sexta se escreve com “ch” ou com “ç”?
  • Huuummm. Faz o seguinte, filho, convida para sábado!

JAIRO EDUARDO, jornalista, editor do Pitoco e cronista das Rádios CBN e T.

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

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