Fale com a gente

Pitoco O grandalhão pousou

Cascavel negocia delegar gestão do aeroporto à Infraero mediante “cardápio de obras”

Publicado

em

Biruta de demandas aponta para extensão da pista com desapropriação de 16 alqueires de área contigua

O Boeing 737 Max 8 no Aeroporto de Cascavel, aparelho de meio bilhão de reais que passa a ofertar 187 poltronas: 51 mil bilhetes a mais nos primeiros oito meses de 2023não

Era o final da manhã da última segunda-feira (4) quando aumentou o volume do burburinho no terminal de embarque do aeroporto de Cascavel. Estava pousando o maior avião comercial em operação de voo regular. Trata-se do Boeing 737 Max 8, um “brinquedinho” de 121 milhões de dólares, equivalente a mais de meio bilhão de reais.
O aparelho estreava em Cascavel, destino para o qual, segundo a Gol, veio para ficar. A troca de aeronave pela maior aérea nacional passa recibo: a Capital do Oeste demanda poltronas. O Max 8 transporta 187 passageiros e fará a ligação Cascavel/Curitiba/São Paulo.

Não faltam “voantes” por aqui. De janeiro a agosto de 2022, 164 mil passageiros utilizaram o aeródromo. No mesmo período deste ano, já são 215 mil, segundo dados oficiais da Transitar, 51 mil bilhetes a mais. Estima-se que Cascavel possa fechar o ano com algo próximo de 400 mil passageiros.

Em dezembro de 2020, menos de três primaveras atrás, Cascavel desativava um terminal de 800 metros quadrados – que servira heroicamente por quatro décadas – para a atual estrutura montada ao custo de R$ 40 milhões, que fez saltar as dimensões do terminal para 6 mil metros. Pois bem, o novo espaço já está pequeno.

Com as três principais operadoras nacionais atuando aqui (Gol, Latam e Azul), todas com jatos, e a demanda crescente – a Azul acaba de anunciar voos diretos de Cascavel para o Nordeste – o namoro da Transitar com a Infraero pode evoluir para casamento.

Administrar um aeroporto deste porte não é como organizar um festival de pipas, papagaios ou pandorgas, como queira. Desde que a União passou a conceder aeroportos para a iniciativa privada, a pista encurtou para a estatal Infraero. E até para continuar a existir, a empresa vem buscando novas áreas de atuação. Em agosto último, a empresa assumiu a administração de 11 aeroportos regionais no Nordeste.

Aqui une-se o pouso com a vontade de decolar: Cascavel precisa dos técnicos da Infraero e hoje já está conveniada com a empresa em contrato de consultoria técnica. Na última segunda-feira, Leonaldo Paranhos disse que a parceria pode ganhar altitude. “Já abrimos tratativas com a direção da Infraero. Há interesse de ambas as partes. Queremos conhecer o cardápio de obras que podem ser viabilizados pela empresa”, explicou o prefeito.

A pedida de Cascavel não é pouca. A biruta de demandas aponta para extensão da pista com desapropriação de 16 alqueires de área contigua e extensão do terminal projetado em escala modular exatamente prevendo uma situação que acabou chegando antes do imaginado. Cascavel também pede um terminal de cargas pelo qual possa dar competitividade aos produtos de maior valor agregado que paguem o bilhete. Não se sabe se é o caso, mas para ficar em um exemplo, as tilápias produzidas pela Copacol e C.Vale seguem de caminhão para São Paulo, antes de embarcar de “asão” para a Flórida e servir à feirinha frescas na manhã seguinte.

A propósito, o grandalhão que pousou aqui pela primeira vez na última segunda-feira, e que irá nos visitar seis vezes por semana, é justamente a aeronave usada pelo Gol em longos percursos como as rotas internacionais da ponte aérea Brasil/EUA.

Em tempo: sim, o 737 Max é o mesmo aparelho que sofreu dois acidentes letais em sequência na Ásia e na Africa e teve as operações suspensas em alguns países até que as causas fossem apuradas. Veja a nota da Boeing sobre: “Sempre nos lembraremos das vidas perdidas nos voos 610 da Lion Air e 302 da Ethiopian Airlines. Desde o ocorrido, a Boeing passou por mudanças significativas como empresa, e no projeto do 737 MAX, para garantir que acidentes como esses nunca mais aconteçam”.

De fato, desde dezembro de 2020, mais de 185 dentre 195 países aprovaram a retomada das operações com a aeronave. 35 companhias aéreas em todo o mundo já realizaram mais de 360 mil voos comerciais do 737 Max de forma segura – totalizando cerca de 900 mil horas de voo. Que assim prossiga…

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Paranhos vê “pequenos e medíocres” na oposição

Prefeiturável Edgar Bueno disse que dívidas passam de meio bilhão e comprometem as finanças da prefeitura nos próximos oito anos

O prefeito Leonaldo Paranhos reagiu, na última segunda-feira (4), aos ataques que vem sofrendo por conta das dificuldades financeiras da Prefeitura. Na semana passada ele anunciou – a título de contenção de gastos – o cancelamento do desfile de 7 de setembro. “A Prefeitura tá quebrada? É mentira! Quem tá dizendo isso é quem contraiu uma dívida imensa com o BID, da qual já paguei R$ 90 milhões”, disse Paranhos, em alusão direta ao ex-prefeito Edgar Bueno.

Segundo o prefeito, as dívidas com vencimento nos próximos dez anos, contraídas nas gestões dele e de antecessores, somam R$ 380 milhões. “Neste mesmo período o orçamento de Cascavel será de R$ 17 bilhões”, pontuou. Paranhos citou o destino dos recursos de financiamento – escolas, unidades de saúde, estradas rurais, aeroporto e ecoparques, entre outras. “Tínhamos 50% de cobertura na atenção básica, hoje temos 97%”, acrescentou.

“Não tinha estrada rural, não tinha aeroporto, era escola chovendo dentro, não tinha ecoparque… não dá mais para gestor medíocre querer administrar a cidade que está entre as melhores do Brasil e que cresce muito. Cidade que tem um PIB de R$ 15 bilhões não pode permitir que crianças, idosos e famílias de baixa renda sofram por consequência de quem pensa pequeno”, disse.

MADRUGADA DE BUENO

Em entrevista ao radialista Valdomiro Cantini, replicada nas redes sociais, Edgar Bueno disse que o endividamento de Cascavel compromete os próximos oito anos: “Haverá problemas sérios nas duas próximas gestões. As dívidas estão vinculadas na União, ou seja, receitas de ICMS e do FPM ficam automaticamente retidas em Brasília para pagar os fornecedores”.

Segundo o ex-prefeito, citando número apurados pelo ex-deputado Evandro Roman, as dívidas passam de meio bilhão de reais, “podendo chegar a R$ 670 milhões”. Bueno disse que estudou “até as duas da madrugada” o escopo do endividamento: “São R$ 47 milhões para o Banco do Brasil, R$ 120 milhões para o Fomento Paraná, R$ 205 milhões para a Caixa, R$ 100 milhões para o BRDE e R$ 32 milhões para o Fonplata, só aí temos mais de meio bilhão, embora não esteja nesta conta o rombo no IPMC”.

Segundo Bueno, a Caixa “foi irresponsável por emprestar tanto dinheiro” ao município. Paranhos contrapõe cutucando o ex. Citando as obras de pavimentação e ampliação de vias em bairros populosos, como a Papagaios, no Floresta, a Xavantes no Santa Cruz e a Gralha Azul, no Guarujá, entre outras, o prefeito mirou novamente o financiamento contraído por Bueno junto ao BID: “Enquanto investi nos bairros, ele optou em fazer obra na frente do prédio dele na Avenida Brasil, temos estilos diferentes”, disse.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

O calendário verde da Frimesa

Cooperativa rastreará toda a cadeia de abastecimento dentro de arrojado calendário ESG em parâmetros sociais, ambientais e de sustentabilidade

Sede da Frimesa em Medianeira (PR): seis unidades de produção no Oeste paranaense e 11.300 funcionários

A Frimesa é a primeira cooperativa do Brasil a estabelecer um compromisso claro e mensurável para impulsionar os critérios ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance), abrangendo a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa em todas as suas operações até 2040.

O anúncio foi feito pelo presidente executivo da organização, Elias José Zydek, no âmbito do Fórum ESG, evento promovido pela Frimesa no último dia 29 de agosto. No encontro, que reuniu as principais empresas do setor, foram abordados temas que abrangem tópicos sociais, ambientais e climáticos vinculados à busca pela sustentabilidade.

Com uma sólida trajetória de quatro décadas e meia no mercado de alimentos no Brasil, a cooperativa mantém a confiança em sua capacidade de expandir sua produção de maneira sustentável. Isso visa proporcionar produtos de excelência e seguros aos consumidores, ao mesmo tempo que contribui para a construção de um futuro mais sustentável.

Um exemplo tangível deste compromisso é a meta estabelecida de atingir 100% de rastreabilidade em sua cadeia de abastecimento até 2030. O objetivo reafirma o compromisso da empresa em compartilhar e documentar todo o percurso de qualidade que cada alimento percorre até chegar na mesa do consumidor.

Além disso, tem como alvo estabelecer um Comitê de Sustentabilidade e implementar práticas de biossegurança em 80% das suas granjas para prevenir doenças, como a peste suína.

A empresa busca também reduzir em 25% a gravidade dos acidentes, atingir um índice de reutilização de água de 10% e implementar diligência, gestão de riscos socioambientais e conformidade com os princípios ESG (ambientais, sociais e de governança). Outro importante meta é certificar todas as unidades fabris em bem-estar animal.

ATÉ 2030

Alcançar uma marca de 100% de rastreabilidade em toda a cadeia de suprimentos. Diminuir em 50% as ocorrências de acidentes de trabalho. Realizar auditorias abrangentes em 100% dos fornecedores críticos, abordando questões relacionadas aos direitos humanos, condições trabalhistas e impacto ambiental. Reduzir o consumo de água nas operações industriais em 10%. Cumprir a meta de 95,7% de fontes de energia provenientes de recursos renováveis nas indústrias. Alcançar um sistema de logística reversa para embalagens, abrangendo 26% do total. Promover a presença de mulheres e outras minorias em cargos de gestão, buscando atingir 30% de representação.

ATÉ 2040

Alcançar a utilização de embalagens recicláveis, reutilizáveis ou biodegradáveis em 50%. Atingir a neutralidade de carbono no escopo 1.

O presidente sxecutivo da Frimesa, Elias José Zydek, ressalta que essas metas refletem a determinação da empresa em liderar a evolução em direção a um futuro mais sustentável e inclusivo.

“Nossa perspectiva vai além do presente; vislumbramos um horizonte que se estende para além de 2040, deixando um legado que será transmitido de geração em geração. Nossa jornada de sustentabilidade, que inclui a integração dos pilares ESG de maneira transversal nos negócios, fortalecerá nossa posição no mercado e contribuirá para um amanhã mais promissor”, afirma Elias.

TOP 50 NO BRASIL

Elias Zydek no Fórum ESG

Segundo a pesquisa da Kantar, no Brasil, a Frimesa se destaca entre as 50 marcas mais consumidas no Brasil, ocupando a 42ª posição. Com foco em agregar valor às cadeias produtivas de suíno e leite, a cooperativa concentra suas operações industriais na região Oeste do Paraná, com um total de seis unidades de produção, das quais três são dedicadas ao processamento de carne suína, incluindo a moderna Unidade Frigorífica de Assis Chateaubriand, inaugurada em dezembro de 2022. Outras três unidades estão voltadas para a produção de produtos derivados de lácteos. A sede central da empresa está situada em Medianeira.

A Frimesa Cooperativa Central possui uma trajetória de 45 anos no mercado A capacidade de exportação da empresa permite atender a mercados nos cinco continentes.

No âmbito nacional, a Frimesa mantém oito filiais de vendas e treze centros de distribuição, estrategicamente localizados pelo Brasil.

Atualmente, a empresa é composta por aproximadamente 11.300 mil colaboradores. No decorrer do ano de 2022, a Frimesa registrou um marcante incremento de 9,26% em seu faturamento em relação ao ano precedente, totalizando em 5,5 bilhões de reais. Simultaneamente, a empresa expandiu sua base de clientes ativos para um total de 47.994.

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

pitoco@pitoco.com.br

Copyright © 2017 O Presente