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Silvana Nardello Nasihgil

A felicidade não vem embalada para presente

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Chega um dia na vida em que a gente acorda, olha para o kit sobrevivência e se pergunta: e agora?

Nada do que somos hoje nos acompanhará a vida toda, a não ser a nossa essência que, além de ser o que nos alimenta, deve ser o melhor de nós.

E a gente vai levando a vida sem nos questionarmos o que é preciso para termos qualidade de vida, de alma, sentimentos, emoções, porque é isso que vai nos tornar capazes de irmos inteiros até o fim.

Temos tantas preocupações materiais, ideias do corpo perfeito, sabemos receitas para quase tudo que pode nos tornar atraentes, mas esquecemos de alimentar as esperanças e de buscar realizar os nossos sonhos.

A maioria daquilo que é essencial fica para um próximo momento… e vamos fazendo exercício físico, tomando água, nos alimentando adequadamente… e por aí vai.

Será que o nosso exterior tem maior valor que aquilo e quem somos realmente??

Esquecemos de Deus, e se conseguimos esquecê-lo, imagina só o que fazemos com o melhor de nós. Como só cresce o que alimentamos, a nossa essência vai definhando, vai enfraquecendo, e quando nos damos conta: a idade avançou, os filhos se foram, o trabalho já não é mais tão produtivo, a força física diminuiu, os amigos vão seguindo as próprias vidas, a família vai mudando a configuração… e aí???

Nada disso é para ser dramática, mas para abrir uma reflexão sobre aquilo que estamos nos permitindo viver. Como cada dia é muito precioso e como o tempo tem andado a galope, a gente tem fingido não ver que a vida também está se esvaindo, pois cada dia é um dia a menos.

Pensar sobre isso é necessário porque cada dia pode ser o dia que se olhe para a vida e descubra que é necessário dar o melhor que se tiver para dar, fazer escolhas que tragam bem estar à alma e ao coração, podendo nos preparar como seres humanos que escolhem antes e acima de tudo ser feliz.

Porque a felicidade é um estado de espírito daqueles que entendem que a vida é mutável, que buscam construir uma vida com alicerces fortes e verdadeiros, daqueles que não se contentam simplesmente em sustentar a “casca”, dos que acreditam nos seus sonhos, dos que buscam a Deus em primeiro lugar, os que acreditam em si e no poder que existe nas mudanças, dos que amam sem medo, dos que respeitam a si e os outros, que têm serenidade, paciência, amor próprio e não aceitam o que vier, mas que sabem que têm escolhas e optam por tudo o que faz a sua alma vibrar, dando luz e cor aos seus dias, permitindo que isso tudo possa refletir em todos os que os rodeiam.

A felicidade não vem embalada para presente ou em uma ampola como medicamento, é uma escolha que se pode fazer, escolhendo viver entre erros e acertos, optando sem medo por aquilo que possa nos trazer paz, bem-estar e mais vida para os nossos dias.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

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