Silvana Nardello Nasihgil
“Acertos” por conveniência
Está muito difícil viver em um mundo cheio de “acertos” por conveniência, de mentiras ilógicas e falsidades confortáveis.
Está difícil pra quem tem dignidade e ética, pra quem escolhe a retidão, pra quem não se inclina para a mentira, pra que não se finge de cego, surdo e emudece perante as verdades que precisam ser ditas.
Viver em paz hoje em dia está ligado ao fato de precisar deformar os valores e aceitar o que é dado sem questionar. Quem ousa questionar paga um preço muito alto da intranquilidade exterior, embora seja recompensado pela paz de ter feito o que era preciso.
Quantas vezes nos deparamos com situações onde se faz claro o véu da mentira, onde chegamos a nos questionar diante de uma grande parcela que incita a mentira e alimenta esse comportamento?
Quantas vezes ceder seria o mais confortável, driblando a consciência para estar com a maioria?
Quantas vezes nos sentimos os diferentes diante de momentos de clara inconsistência da verdade?
Quantas vezes sermos autênticos nos leva a pagar uma “conta” alta de termos que responder pela decisão?
Então, diante de um mundo de faz de conta, a gente não pode ceder. Quem é de verdade e busca a autenticidade só deverá prestar contas à sua consciência, nada mais. No final, quem sobrará seremos nós e nós, e nada existe mais compensador do que saber que não importa como os outros agem, importa que sejamos dignos com as nossas convicções.
Mesmo contra tudo e todos, mesmo que seja difícil agir, a verdade sempre será o melhor caminho a seguir. É ela que nos dignifica, é ela que nos pacífica interiormente, é ela que nos encoraja a não sermos como os outros esperam que sejamos, é ela que nos liberta a alma e nos torna dignos de nós.
Diante de tantas dúvidas, tantas inconsistências, sejamos a voz que se levanta para defender o que for preciso, pra lutar pelo justo, ético, moral e verdadeiro.
O caminho da verdade é o caminho próximo a Deus e que nos aproximará ainda mais Dele.
Sem medos ou dúvidas, façamos o que precisa ser feito.
É infinitamente mais justo desagradar os outros e viver corretamente do que somar angústias por ter feito algo que nos tirará a paz.
Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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