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Silvana Nardello Nasihgil

Valorize o que importa enquanto ainda está ao seu alcance

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Quando se perde o foco da vida, embalado em fantasias e individualismo, precisa vir a conta para entender que é preciso prestar atenção nos detalhes, valorizando o que importa enquanto ainda está ao nosso alcance.

Creio que todos já devem ter sentido a dor de perder algo ou alguém importante, e, pior, se dar conta de que isso não precisaria ter acontecido. Porque tudo aquilo que está bom, equilibrado, parece perder o valor, muito do tipo: já é meu/minha.

Aí que está o maior engano. Conquistar pode ser difícil, mas manter, sem dúvida, é muito mais complexo. Requer esforço, dedicação, investimento emocional e físico, aliados ao desejo de permanecer.

Não são poucas as vezes que ao perderem ou se perderem eu ouço: eu poderia ter feito diferente, eu deveria ter me importado mais.

Essas afirmações são a constatação de que é possível manter o interesse, a harmonia, a presença e a continuidade de qualquer relação quando cada um fizer a sua parte.

Não existe a ideia de esperar do outro o suprimento dos desejos e a completude da felicidade. Isso é um processo que vem da dedicação individual que juntos fazem o todo.

Quando não existe diálogo, quando não se partilha sonhos, quando se deixa o futuro ao próprio destino, as coisas fatalmente sairão do controle, os sentimentos se dissolverão e o que era para ser par se torna individual.

Nesse processar dos dias, a vida precisa ser uma escolha. Embora cada pessoa seja única e único são todos os seus detalhes, quem quiser viver em pares precisa aprender a valorizar o outro, aceitar as diferenças, buscar saber como o outro pensa, o que sente, seus sonhos, fantasias, projetos, conversar sempre sobre tudo, todos os dias a vida toda. Assim, juntos, poderão descobrir os pontos de equilíbrio criando um caminho a seguir sem que precisem se perder no percurso.

Viver em pares exige certos requisitos; quem não estiver disposto a se estender no mundo do outro, fique só, assim ficará infeliz sozinho sem a atitude perversa de arrastar outro para o seu mundo vazio e sem futuro.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

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