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Política Cenário político

Cassação de Dallagnol mexe com “xadrez” da eleição para a Prefeitura de Curitiba

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Pimentel (PSD) "Caminho livre na centro-direita" (Foto: Geraldo Bubnia/AEN)

A cassação do mandato do ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve alterar significativamente o cenário da disputa pela Prefeitura de Curitiba em 2024. No Centro Cívico, a avaliação corrente é de que o principal beneficiado pelo fato de Dallagnol ter saído do páreo na corrida sucessória da Capital é o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), nome apoiado tanto pelo atual prefeito Rafael Greca (PSD), quanto pelo governador Ratinho Junior (PSD).

Dallagnol foi cassado por unanimidade por fraude eleitoral. O TSE acatou ação da federação liderada pelo PT que apontou que o ex-procurador teria pedido exoneração do cargo para evitar que seguissem em frente procedimentos que ele respondia no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que poderiam resultar na sua inelegibilidade.

As pesquisas internas dos partidos apontavam que o deputado cassado, que foi o mais votado no Estado para a Câmara Federal, com 345 mil votos, seria um candidato altamente competitivo na eleição para a prefeitura da cidade. Ele teria condições de atrair boa parte do eleitorado de centro-direita, o mesmo no qual o grupo político de Pimentel ocupa. Além disso, o ex-procurador já era um nome mais conhecido dos eleitores do que o vice de Greca, por sua atuação na Lava Jato e depois, na cena política após as eleições de 2022.

Estratégia

Com Dallagnol inelegível, Pimentel fica livre para articular-se como candidato único do grupo de Ratinho Junior, repetindo estratégia já adotada pelo governador nas eleições de 2020, que resultou na reeleição de Greca. Na época, Ratinho levou outros três pré-candidatos de seus grupo, o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), o deputado federal e ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) e o deputado federal e ex-prefeito de Pinhais (região metropolitana de Curitiba), Luizão Goulart (Solidariedade), a desistirem da disputa para apoiarem o prefeito. A estratégia deu certo, e Greca foi reeleito com facilidade no primeiro turno.

A tendência para o ano que vem é que o governador e o atual prefeito repitam essa articulação, procurando remover outras pré-candidaturas do grupo, como o ex-deputado federal Paulo Martins (PL). O próprio Martins, porém, também pode ser beneficiado pela saída do ex-procurador da Lava Jato da disputa, já que ele igualmente representa a centro-direita, tendo ligação pessoal não só com Ratinho, mas também com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outro pré-candidato desse segmento que seria favorecido pela inelegibilidade de Dallagnol é o ex-governador Beto Richa (PSDB), que em entrevista recente ao Bem Paraná confirmou a possibilidade de tentar voltar à prefeitura da Capital. A dúvida é se Richa não acabará preferindo um a candidatura ao Governo do Estado em 2026.

Com Bem Paraná

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