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Arno Kunzler

A VIDA POR UM FIO…

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Há poucos dias um tornado varreu a cidade de Marechal Cândido Rondon, destruindo árvores,casas, empresas, postes de iluminação pública e deixando por vários dias cabos e fios espalhados pelas ruas, pendurados nos postes e nas árvores.

De sorte, e provavelmente pela generosa intervenção do Criador, poucos ficaram ferido se ninguém morreu.

Mas, mesmo depois de três semanas, um fio pendurado num poste, nas proximidades da rotatória que divide a Avenida das Torres da Avenida Rio Grande do Sul, talvez por desleixo de alguma empresa prestadora de serviço, ou por algum acidente, provocou a queda da moto do Jornal O Presente pilotada por Fabian Lopes.

Fabian não resistiu e morreu no local, durante a trajetória que fazia todos dias, entregando jornais.

Um menino de 19 anos, estudante de Direito e funcionário do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza, de quem só se houve elogios.

Não elogios que normalmente se faz depois da morte…Elogios diários pela presteza para com os colegas de trabalho, pelo bom humor,pelo empenho e dedicação ao trabalho, tanto no O Presente, como na Editora Amigos da Natureza, e, principalmente, porque conseguiu como poucos conciliar dois empregos com a faculdade.

Ele estava muito feliz, tanto no trabalho como nos estudos, não escondia isso em nenhum momento. Queria crescer profissionalmente e já vinha recebendo oportunidades dentro da própria empresa.

Mas, um fio pendurado, ali, aos olhos de muita gente, despretensiosamente, talvez ainda resquício do tornado ou não, pode ter gerado o acidente que resultou numa vítima fatal,que tantas vezes agradecemos a Deus não ter ocorrido durante tornado, a tempestade mais violenta da história da região.

Inacreditável! Essa é a expressão que eumais ouvi na manhã de ontem tanto no Jornal OPresente como na Editora Amigos da Natureza.

“Eu não acredito”, é o que disse a vovó que criou Fabian e a quem ele amava com verdadeira devoção.

Uma perda, não de um colega de trabalho,de um neto, filho, irmão, primo, amigo, mas uma perda que não tem como mensurar. Umavida preciosa que pereceu diante de uma fatalidadetão improvável, tão traiçoeira.

Um ser humano tão amado e querido por todos que nos deixa tão precocemente.

Talvez nunca a expressão “a vida por umfio” fosse tão verdadeira e, ao mesmo tempo,tão cruel.

Um fio, um fio solto, pendurado num poste,um fio no caminho do menino Fabian, e ele não está mais entre nós.

Que Deus o tenha e conforte a família!!!

 

* O autor é jornalista e diretor do Jornal O Presente

arno@opresente.com.br

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