Arno Kunzler
Abriu a janela (porteira)
Nenhuma eleição, em nenhum momento da história do Brasil, teve tantas mudanças de partido como as que vão acontecer a partir de hoje, 7 de abril, visando às eleições de 2024.
O nosso Congresso Nacional muda as leis, muda e muda sempre para pior.
Impressionante como conseguem piorar o que já está ruim.
Não é culpa dos vereadores que estão enlouquecidos em busca de espaço para garantir legendas viáveis para suas reeleições.
É culpa de quem produziu esta legislação – Congresso Nacional – e criou essa instabilidade política – Congresso Nacional – que vamos viver a cada novo período eleitoral esse espetáculo perverso.
Em Marechal Cândido Rondon, talvez os dois vereadores do MDB que ainda estão no partido (Moacir Froehlich e Iloir de Lima – João Eduardo dos Santos [Juca] já saiu) e um ou dois vereadores do União Brasil talvez fiquem nas legendas pelas quais foram eleitos, ou não.
Por circunstâncias diferentes, Valdir Port (Portinho) e Valdecir Schons (Paleta) também podem permanecer no PL, mas o PL mudou de lado. Logo, terão que apoiar o candidato a prefeito que era oposição até então.
O PP elegeu dois vereadores e um deles – Arion Nasihgil – já está de saída para ser candidato a prefeito pelo PL.
Só saberemos por qual partido político o candidato escolhido pelo prefeito Marcio Rauber para sua sucessão se filiará depois que fechar a janela, ou a porteira, poderíamos assim chamar.
Por falta de opções e medo de perder a legenda, talvez o prefeito permaneça no União Brasil, mas sua vontade, já anunciada, era sair.
A falta de partidos políticos construídos sobre uma base fiel e duradoura e a legislação permissiva fazem a infidelidade partidária ser o mecanismo de articulação mais forte e surpreendente na construção de uma candidatura majoritária.
Não critique seu vereador ou deputado estadual que mudar de partido nas próximas eleições.
Eles não têm culpa.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
@arnokunzler