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Arno Kunzler

Lula sob ameaça

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Os governos anteriores de Lula, mesmo sob acusações de corrupção, como o mensalão, por exemplo, nunca estiveram com a aprovação tão baixa como agora.

Talvez isso se explica pelas constantes declarações controversas do presidente.

Acrescente-se a insatisfação do agronegócio, a falta de empatia com os evangélicos, a oposição ferrenha liderada pela família Bolsonaro e seus aliados, que não dão trégua, a injustificável alta de alguns produtos no supermercado, os juros injustificadamente altos, a falta de confiança quase generalizada do empresariado, entre outros.

Lula já identificou no agronegócio e nos evangélicos um ponto crucial para superar, em parte, essa rejeição.

Mas é certo que, para a confiança voltar a patamares minimamente desejáveis, o presidente precisa encerrar esse ciclo de equívocos, seja nas declarações que repercutem mundo afora, seja na economia que repercute tanto na classe trabalhadora como na empresarial.

Não dá pra pensar em reeleição só na base da distribuição de benefícios às famílias carentes.

Se Lula está mesmo disposto e tem humildade para reconhecer seus equívocos, tem chance de consertar, pelo menos em parte, seu governo e sua popularidade.

Caso contrário, corre sério risco de devolver o governo ao final do primeiro mandato, como fez seu antecessor, e por motivos semelhantes.

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

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