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Arno Kunzler

Atos falhos

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Já ouvi de muitos bolsonaristas convictos a frase: “de boca fechada Bolsonaro é imbatível”.

Parece que Bolsonaro diminuiu o número de vezes que comete atos falhos ao comentar assuntos relacionados ao seu governo, à política e ao Brasil, ou então eles agora parecem menores, depois que Lula entrou em cena.

Acometido por momentos de pouca lucidez, Lula atacou a classe média, que, segundo ele, ostenta demais.

Criticou a falta de um sistema de saúde pública para atender mulheres que fazem aborto, sem dizer que era contra o aborto, dando a impressão e voz aos críticos que já lhe imputaram a posição de favorável ao aborto.

Mas não ficou nisso. Lula também ataca constantemente o sistema tributário e não gagueja para dizer que quer aumentar os impostos, especialmente taxar as grandes fortunas e o lucro das empresas, o que deixou de fazer nos 16 anos do governo PT.

A continuar nesse ritmo e com excesso de autoconfiança, Lula vencerá o concurso de atos falhos facilmente e jogará fora o esforço que seus aliados vêm fazendo para conquistar votos do centro.

Sinalizando o tempo inteiro que chamará o movimento sem-terra para seu governo, que abrirá as portas do Palácio aos movimentos sociais, Lula dá sinais que está desconectado de uma grande parcela da população que produz, muitos deles descontentes com Bolsonaro, mas cada vez mais com medo de Lula.

É bom lembrar que Lula se elegeu presidente depois de três derrotas seguidas, quando abandonou o discurso esquerdista radical e se tornou o Lula paz e amor.

Agora parece estar com sede e com raiva. Voltou a ser o Lula das primeiras campanhas: agressivo, destemperado e sem medo de se envolver em polêmicas.

O esforço de buscar um candidato mais ao centro para ser seu vice, na esperança de obter votos que eram do PSDB antes, será em vão se mantiver esse discurso.

 

Arno Kunzler é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

arno@opresente.com.br

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