Fale com a gente

Arno Kunzler

Civilidade política

Publicado

em

As transições da maioria dos governos na região podem ser consideradas um avanço político.

Passou o tempo de receber as máquinas sobre postes, sem pneus, restos a pagar a perder de vista e xingamentos que não levam a nada.

Precisamos crescer politicamente para acabar de vez com todas as picuinhas que restam nos momentos de transição.

A população não quer ouvir os prefeitos eleitos passando meses falando mal dos seus antecessores.

Ela quer ver ações, dentro da realidade de cada município, ainda que seja responsabilidade do prefeito que assume mostrar para a população a realidade das contas e a situação geral da prefeitura que recebeu.

Mostrado isso que interessa à população, sim, o resto é conversa fiada que ninguém quer ouvir.

Aliás, de modo geral a população enjoou desse tipo de político que, para justificar sua falta de criatividade, acaba sempre se reportando ao antecessor.

Tivemos bons exemplos de transição nesse ano e, oxalá, todos que tomaram posse tenham consciência que dia 02, 03, 04, 05 de janeiro são dias normais de trabalho para qualquer cidadão que não esteja de férias, inclusive deveria ser em todas as repartições públicas.

Claro que se entende as acomodações que precisam ser feitas, novos governantes, novas orientações e isso faz parte do trabalho, isso faz parte do expediente dos primeiros dias, reuniões internas para designar funções e responsabilidades.

Mas de resto, máquinas na rua… e mãos à obra.

A maior parte das prefeituras da nossa região, mesmo as que elegeram prefeitos de oposição, tiveram um comportamento bem diferente de gestões anteriores.

Tivemos atividades normais até o fim do ano e, salvo raras exceções, cuja verdade ainda pode surgir e mudar o que foi dito até agora, todas as prefeituras passaram para seus sucessores obras em andamento e recursos em caixa.

Portanto, pronto para dar continuidade, pronto para atender os serviços que precisam ter continuidade.

Isso é uma sensível mudança das administrações públicas da região.

Um pouco por causa da lei de responsabilidade, mas em grande parte pela maturidade e responsabilidade política.

E isso, sim, é um avanço que não podemos deixar de perceber e enaltecer.

Ouvi várias partes de pronunciamentos feitos antes, durante e após as solenidades de posse. Muitos deles chamam atenção para um mesmo problema que finalmente tomou conta de prefeitos, vice-prefeitos e lideranças políticas.

É preciso acabar com as nomeações de gente sem função dentro do serviço público.

Prefeituras grandes e pequenas do Brasil inteiro mostram preocupação com o excesso de pessoas, cargos em comissão que contaminam os serviços públicos.

Além de aumentar os gastos, diminuem a qualidade porque quem está lá para trabalhar perde a motivação diante dos que foram nomeados ganhando mais, sem saber o que fazer, exceto passar no final do mês no departamento para receber seu contracheque.

Esse é o próximo passo da civilidade política que precisamos aprender e colocar em prática.

Não é enchendo as prefeituras de gente que se tem qualidade de serviço público.

É qualificando os funcionários de carreira e estimulando-os que podemos melhorar isso.

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente