Consumo desenfreado

Duas coisas devem estar preocupando o governo federal, especialmente os seus economistas.

Os preços das commodities – soja e milho, especialmente – e o consumo exageradamente aquecido.

As pessoas querem comprar tudo e rapidamente, comida, terrenos, casas, carros, motos etc.

Os juros baixos, que devem impulsionar a produção e o desenvolvimento, também estão impulsionando o consumo.

O consumo exagerado faz faltar mercadoria nas prateleiras.

A falta de mercadorias faz aumentar os preços.

Os preços aumentando, vamos ter inflação…

 

 

 

Aí paramos no dilema: ou permitimos a existência de inflação, ou o governo aperta o crédito e aumenta os juros.

 

Tudo o que não queremos e não precisamos neste momento é diminuir a oferta de crédito, ou a volta da inflação.

Já é notório que a maioria dos produtos aumentou de preços.

O dólar a R$ 5,30, soja a R$ 120 a saca e o milho a R$ 60 a saca, puxaram com eles quase todos os derivados e subprodutos, especialmente alimentos.

Parece que o governo baixou os juros e abriu a torneira do crédito excessivamente.

As pessoas estão tirando o dinheiro das aplicações para investir ou consumir.

Quem não tinha dinheiro aplicado aproveita o crédito barato.

Se esse quadro se agravar vai ser ruim para a estabilidade econômica que o governo tanto prega e precisa fazer dar certo.

Talvez o que acontece por aqui não seja exatamente o reflexo do Brasil, mas a julgar o que estamos vendo por aqui, o governo vai ter que agir e provavelmente pisar no freio.

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br