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Arno Kunzler

Exagerados

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Vivemos tempos em que tudo parece exagerado.

Se observarmos o comportamento das pessoas, de modo geral, todas sabem fazer críticas, muitas delas exageradas e outras tantas, verdadeiras ofensas.

Se isso é bom ou ruim?

Talvez tenhamos que passar por esse processo de depuração e aprendizado, quando tudo parece irracional.

E os críticos de hoje não são aqueles profissionais que estudam um assunto para emitir sua crítica.

Os críticos de hoje são pessoas que, às vezes, só leem as manchetes e tascam fogo, como se conhecimento pleno tivessem.

Talvez estejamos sendo estimulados a agir dessa forma ou, talvez, estejamos estimulando as pessoas a reagir dessa forma.

Se observarmos no plano nacional o nosso presidente, é nítido que ele exagera na sua reação aos críticos.

Mas também é nítido que os críticos exageram nas suas reações ao presidente. Fazendo críticas sobre coisas sem importância, acabam municiando o próprio presidente a essa escalada insana de agressões mútuas.

Então, quem tem razão: quem começou primeiro?

Quem tem que tomar a iniciativa para mudar isso?

Ainda existe espaço para algo, tipo, bom senso?

Tem muitas coisas boas acontecendo, que merecem ser elogiadas. Mas também tem coisas erradas que precisam ser contestadas para mudar o seu rumo.

Do jeito que estamos vivendo, não há mais espaço para debater temas que são comuns, as grandes questões que devem nos preocupar e que precisamos debater.

Hoje, quando se defende algo que o presidente defende, somos aliados e se contestamos algo que o presidente defende, somos de esquerda ou comunistas.

Por outro lado, quem contesta as ações dos governos passados do PT e/ou quem defende a prisão de Lula é igualmente considerado desqualificado para o exercício da liberdade democrática.

Nessa tentativa de desqualificar os críticos e neutralizar as críticas, acabamos com a grande virtude da democracia, que é debater e construir soluções através do debate e do bom senso.

Há de surgir, ou talvez tenha que ser construído, um ambiente em que pessoas livres, com ideias descomprometidas com A ou B, prevaleçam sobre os preconceitos de esquerda ou direita.

Em que um homem ou uma mulher livre pode expressar seu pensamento e sua opinião sem ser rotulado.

 

Arno Kunzler é jornalista e fundador do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

 

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