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Arno Kunzler

Mudanças de comportamento

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O que os povo rondonense quer do seu próximo governo?

Se os eleitos souberem fazer a leitura da manifestação dos eleitores nas urnas, idêntica ao final do governo Edson Wasem (DEM) e do governo Moacir Froehlich (PMDB), vão perceber que, ao listar dez motivos do desgaste desses governos, pelo menos sete são pela mesma prática.

Se o próximo governo quiser chegar ao final do primeiro mandato com alguma chance de disputar a reeleição, terá que observar alguns pontos, muito especialmente os que geram desgaste e a descrença da população.

Talvez o que mais preocupa os rondonenses hoje são as nomeações desenfreadas de pessoas para cargos públicos de comando, sem a mínima qualificação.

E aí não é culpa de quem pede emprego, é culpa de quem indica a pessoa (normalmente os vereadores e amigos) e de quem contrata.

Quem pede está no direito de pedir, mas quem contrata não tem o direito de povoar a administração pública com pessoas sem qualificação nenhuma.

Chegou a hora dos políticos prestar atenção na manifestação do eleitor, sob pena de serem apeados do poder muito mais rapidamente do que se imagina. É só observar o que aconteceu em Toledo, Nova Santa Rosa, Quatro Pontes e Santa Helena.

Por motivos diferentes, é verdade, a população disse não, mesmo para alguns governos bons, notadamente se o governo deixou alguma brecha para ser questionado.

Que os vereadores eleitos tenham juízo para não levar ao prefeito apadrinhados sem qualificação para a função e que o prefeito mantenha na prática o que foi seu discurso de campanha, que lhe rendeu uma vitória por larga margem de votos.

O eleitor espera que o próximo governo se diferencie dos anteriores, não só por esse item, mas por outras questões que certamente foram ignoradas, amplamente propagadas durante as campanhas e depois deixadas de lado.

Não é a primeira vez que o eleitor deixa o mesmo recado nas urnas. Está na hora dos eleitos terem aprendido que não é acomodando mais gente na prefeitura que o governo fica mais forte politicamente.

A população quer serviços de melhor qualidade e isso não se consegue com gente incompetente, ou sem vontade de produzir.

Gente que apenas se mantém no cargo porque durante a campanha trabalhou para algum candidato a vereador ou mesmo para o prefeito eleito. Isso é pouco para ser indicado. O cidadão que deseja um cargo precisa estar preparado e disposto a trabalhar, a servir o povo.

A questão é simples, nossos serviços públicos deixam a desejar.

E aí vem o questionamento, o que essas pessoas estão fazendo na prefeitura?

Mesmo não cumprindo metas de produtividade mínima são figuras intocáveis, desmotivando aqueles que produzem e se dedicam ao serviço público e criando aquele ambiente de favorecimento por puxa-saquismo.

Quando se fala em gestão eficiente os candidatos se referem a isso.

Ter pessoas competentes ocupando cargos de chefia e funcionários públicos motivados, porque percebem que o gestor está interessado em prestar um bom serviço para a população, não gastando dinheiro desnecessariamente.

É o mesmo discurso de quem propõe que se deva administrar “como empresa”, embora isso seja utopia, já que o serviço público tem regras próprias, bem diferentes das empresas.

Querer administrar como empresa é ignorar a complexidade do serviço e da administração pública.

O que não significa que o prefeito não precisa ser austero como um empresário com os gastos da sua empresa.

O grande desafio do próximo prefeito é mudar isso, impondo regras mais duras e critérios mais adequados para preencher as vagas essenciais, disponíveis nos escalões superiores.

Optando pela mesma prática dos antecessores nesse quesito certamente o desgaste será muito grande já no primeiro mandato.

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