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Arno Kunzler

Não vai ter golpe!

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Parece que ao invés de engrossar o coro dos petistas mais fanáticos de que “não vai ter golpe”, as maiores autoridades do Judiciário brasileiro agora começam a dar outro sentido ao que está acontecendo no Brasil.

O que o PT tenta passar para a opinião pública, que chama de golpe, na verdade é o impeachment, que não é golpe, porque está previsto na Constituição.

O que a presidente Dilma tenta passar para a opinião pública, de que não há fato que justifique o impeachment, isso é que vamos ver ao longo das discussões desse processo. Se os fatos apresentados justificam ou não o impeachment.

E os fatos são muitos. Se vivêssemos em outro país, como Dilma fez questão de dizer sobre os vazamentos das conversas telefônicas, o responsável estaria na cadeia.

É verdade. Mas é provável que se vivêssemos em outro país, muitos integrantes do seu governo, talvez ela própria e seu antecessor, também estariam na cadeia.

São tantos fatos grotescos que permitem cassar a presidente que é difícil até escolher o mais emblemático.

Se formos pelo caminho eleitoral, apenas para citar um ou dois elementos graves.

O marqueteiro da sua campanha está preso, pego com US$ 5 milhões numa conta do exterior, que ele não sabe explicar de onde veio, depositado justamente no período eleitoral.

Se formos verificar a criminosa condução da política econômica sobre os preços do petróleo, deliberadamente mantidos abaixo do preço de mercado para agradar eleitores durante a campanha.

Isso causou enorme prejuízo à empresa pública chamada Petrobras.

Pode um governante causar prejuízo para uma empresa pública deliberadamente?

Se formos analisar a premeditada artimanha com a energia elétrica, baixando os preços antes da eleição e logo depois aumentando em dobro.

E ainda tem as pedaladas fiscais a partir das quais o governo, contrariando todas as leis existentes neste país, pagou as suas contas – um rombo gigantesco nas contas públicas, antecipando recursos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Não importa que isso já tenha sido feito por Lula ou Fernando Henrique Cardoso, é crime de responsabilidade da presidente da República.

Se eles também cometeram e ninguém quis ver, é outra questão.

A presidente mentiu durante toda a campanha eleitoral, descaradamente. E agora, com a maior cara de pau, diz que impeachment é golpe, porque não tem fato jurídico que sustente?

Isso sem falar da quadrilha que, durante o período que ela foi presidente da Petrobras, chefe da Casa Civil ou presidente da República, arruinou a maior empresa petrolífera do mundo.

Aqui estamos falando de bilhões de dólares que foram desviados da empresa, já contabilizados pelas investigações da Lava Jato.

Nem estamos falando do prejuízo causado pela compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, quando ela era presidente do Conselho de Administração da empresa e chefe da Casa Civil.

Ao se explicar, culpou Nestor Cerveró e seu parecer incompleto… Como se uma empresa de US$ 800 milhões fosse comprada apenas baseada num relatório de um assessor, de duas páginas.

Por tudo isso, não haverá golpe, mas haverá impeachment!!!

 

 

Jornalista e diretor do Jornal O Presente

arno@opresente.com.br

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