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Arno Kunzler

Onde está o futuro?

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Num mundo globalizado, interligado, digital e explosivo, onde fica o ser humano?

Falamos todos os dias em mudanças. Parece que queremos mudar tudo ao mesmo tempo. Mudar as empresas, os hábitos, o jeito de trabalhar, de ver futebol, de assistir aos shows, de ler notícias…

Os negócios mudam. Não há mais lugar para empresas “tradicionais”.

Hoje os valores são outros. Estamos ávidos por novidades. Queremos o novo todos os dias.

Parece uma doença contagiosa que nos faz rejeitar o que antes era bom e servia e agora não serve mais.

Não temos mais referências como antes. Abolimos tudo, decretamos que isso é coisa do passado.

Nossos líderes, nossas instituições, nossas empresas, nossas escolas, nossa forma de ver as coisas, tudo está mudando.

Com a pandemia vimos previsões de mudanças radicais no mercado de trabalho.

Muito menos escritório, chefe, cafezinho, reunião e muito mais home office.

Para as gerações mais antigas, tudo está ficando complicado, desde o serviço bancário até os aeroportos digitais.

Jovens empresários ficam ricos do dia para a noite inventando novas ferramentas digitais.

A sede por invenções e novidades move o mundo neste momento.

Pessoas quase enlouquecidas passam noites tentando descobrir minúsculas fórmulas de abreviar algo.

Nunca o tempo foi tão questionado. Desde a velocidade da internet até a realização de qualquer tarefa, cada vez precisa ser mais rápido.

Quando chegamos a um local e a internet está lenta, mesmo que não tenhamos nada importante para resolver, isso nos incomoda.

A intolerância nos faz seres humanos mais arredios, estressados e incompreensivos.

Onde e quando vamos parar com essa enlouquecida e desenfreada busca por novidades?

Quando teremos tempo para sentar com amigos e familiares e conversar longamente sobre nossas façanhas, brincadeiras do passado, aventuras e até molecagens que todos em algum tempo faziam ou gostariam de ter feito?

O ser humano precisa de tempo para si, para os seus, para admirar a natureza, os animais, as obras e benfeitorias das cidades…

Quase sempre é assim: quando a pessoa se dá conta do tempo, já não consegue fazer as coisas que gostaria.

Aí o futuro já passou, já virou passado.

A modernidade é incontrolável, mas nosso bem-estar depende de nossas atitudes.

 

Por Arno Kunzler, jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

 

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