Arno Kunzler
Pedágio: honesto e transparente
Tem muita gente com opiniões diferentes sobre o modelo de pedágio que deve ser implantado pelo Paraná, nos leilões que deverão acontecer em 2021.
Existem teses para todos os gostos e a pior delas é a do menor preço, sem contrapartida.
Todavia, é a que mais agrada aos olhos de quem procura discutir as concessões de forma mais rasteira, míope talvez, ou quem sabe olhando as concessões com interesses próprios.
É indiscutível que o Governo do Paraná e a sociedade paranaense têm hoje a oportunidade de escrever um novo capítulo da nossa história, dependendo muito do olhar, das convicções e da confiança num projeto que pode tirar o Estado do atraso de investimentos de grande porte, durante décadas.
Mas para isso é preciso ser ousado, criar boas opções e atrair investimentos que mudam nosso sistema de transporte, não só aumentando a malha viária como também a ferroviária e fluvial.
E para ser bom para os paranaenses só existe um modelo: o honesto e transparente.
Qualquer modelo que não contemple esses itens, honestidade e transparência, será muito ruim.
O Paraná foi sangrado por um modelo de concessão que efetivamente não cuidou dos interesses do Estado, no máximo dos governantes.
Ainda estamos vivendo sob a influência das concessões do século passado que causaram revolta e muita insatisfação.
Agora temos a oportunidade de nos redimir, mas não faremos isso remoendo o passado, com mesquinharias e levantando picuinhas que não acrescentam nada no processo de discussão.
Queremos os investimentos e para desejar investimentos da iniciativa privada é preciso oferecer algo que os paranaenses podem e querem pagar ao longo dos próximos 20 anos.
Ninguém se importa em pagar pedágio, desde que não seja abusivo e que as rodovias sejam boas. Isso parece muito claro.
Esse é o momento do Paraná olhar mais longe, enxergar as oportunidades e ser minimamente ousado.
Se olharmos o pedágio como se fosse uma disputa eleitoral, em que uns têm que perder para outros ganhar, vamos construir um ambiente nefasto e destrutivo.
Mas se olharmos o pedágio como uma oportunidade de gerar desenvolvimento, de construir infraestrutura e planejar nossas próximas décadas, o Paraná poderá dar um salto de crescimento e qualidade de vida.
Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos
arno@opresente.com.br