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Arno Kunzler

Protestos

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O Brasil mudou com os protestos, por enquanto para melhor…
Nossos ilustres deputados e senadores marcaram sessões no Congresso Nacional para sexta-feira (ontem, 05). Pasmem!
Projetos engavetados há bastante tempo foram votados às pressas…
O governo de repente acordou e sugeriu um plebiscito para reformar nossa legislação eleitoral…
A sociedade se encorajou e continua mobilizada para eventuais situações que mereçam ser rechaçadas pelo povo nas ruas.
Exageros à parte, é uma demonstração raríssima de que o povo pode, a mobilização popular muda os destinos de um governo ou de um país.
Acenderam a luz amarela em todos os níveis de governo, alguns até acenderam a vermelha.
Vivemos num regime normal, na mais absoluta normalidade democrática, mas há quem considere o Congresso incapaz de mudar o que precisa ser mudado.
O próprio governo sugeriu um plebiscito justamente porque considera o Congresso ou incapaz ou sem legitimidade para fazer as mudanças que a sociedade exige.
Assim poderíamos dizer que o Congresso não foi capaz de fazer os ajustes na legislação eleitoral, mas também não conseguiu mudar a legislação tributária, fiscal… nada!
O Congresso, se não age com o povo nas ruas, simplesmente não age, não muda, não aprova nem reprova nada. Não tem mecanismos para andar.
O Congresso Nacional é conservador não só porque muitos deputados e senadores, legislando em causa própria, criaram benefícios que não querem tirar, mas também porque o fun-cionamento da Casa está atrelado a uma sistemática que pode ser paralisada a qualquer momento, desde que alguns líderes não concordem com o que se pretende aprovar.
Na maioria das vezes é o governo que usa o Congresso para se “autorregulamentar”, “autodefender” ou “autoaprovar”.
Agora o próprio governo, talvez a maior vítima desse gigantesco “acordaço” do povo brasileiro, percebe que o Congresso não é capaz de fazer qualquer mudança.
E não fará. Não só porque o governo da presidenta Dilma está fragilizado politicamente, mas porque o Congresso não está disposto a mudar nada que venha a ser prejudicial aos interesses dos “próprios congressistas”.
Os “próprios” enfrentarão o povo nas urnas em 2014 e não desejam mudar nada para não piorar a situação que já não é fácil.
Então, serão os políticos culpados pela insatisfação do povo?
Claro que sim. Talvez não individualmente, mas a conjuntura criada vista pelo povo.
O Brasil ficou amarrado, está preso nesse emaranhado de partidos e regulamentos. Ninguém muda nada. Os “próprios” só pensam nas suas reeleições.
Tudo está burocratizado ao extremo e nem por isso ficou melhor. Pelo contrário, ficou mais difícil, mais caro e pior.
Vejam os governos, além de muito mais gente para gerir os mesmos recursos, os serviços são cada vez piores.
Vejam as eleições, a lei deseja punir tudo, mas acaba não conseguindo punir nada… tudo ficou proibido, mas, ao mesmo tempo, tudo está permitido para os mais espertos.
Logo, criamos uma teia de leis e regulamentos que burocratizaram tudo e não consegue deter o pior, a corrupção que está cada vez mais visível, e é isso que o povo percebe.
Contra isso que o povo se insurgiu.
Se o Congresso não mudar sua postura, os “próprios” serão mudados.
E mudar a postura não é aprovar algumas leis engavetadas a toque de caixa, é mudar mesmo, é devolver a confiança perdida.

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