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Arno Kunzler

Prudência ou perda de tempo?

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O prefeito de Marechal Cândido Rondon, Marcio Rauber (DEM), está fazendo o que dele poderiam esperar os políticos rondonenses.

Aguardar, já que seu principal aliado Elio Lino Rusch (DEM) é primeiro suplente de sua coligação na Assembleia Legislativa e já teve oportunidade de assumir por seis meses e, provavelmente, terá outras.

Não é de se imaginar que o prefeito Marcio Rauber tivesse outra atitude, senão esperar.

Todavia, essa prudência aparente pode significar uma terrível perda de tempo para o município de Marechal Cândido Rondon.

Ocorre que os outros municípios, igualmente aliados até então do deputado Elio Rusch, não têm o mesmo comportamento e estão saindo, em tese, na frente, tanto na disputa por verbas a fundo perdido do Governo do Estado, como em alianças para a reeleição do governador.

Elio Rusch é de um partido adversário de Ratinho Junior (PSD), que não dá sinais de integrar a aliança do governador, nem agora e nem nas eleições de 2022, ainda que ele seja próximo e talvez até gostaria de ser aliado do chefe do Poder Executivo estadual.

Com isso, os prefeitos da região vão se estruturando em torno de deputados aliados do governador e vão abocanhando grande parte do orçamento destinado para esta região.

E é claro que eles estão certos, e cada dia vão gostando mais da ideia de ter deputados fortes, aliados de Ratinho, brigando por suas demandas.

E Marechal Cândido Rondon, como fica?

A princípio o prefeito Marcio Rauber não sinalizou com a mesma clareza de outros prefeitos quem deseja ter como deputado representante do município.

O governo permite que escolha dois parlamentares, talvez aí uma das vagas esteja reservada para Elio Rusch, caso volte a ocupar uma cadeira no Legislativo estadual.

E a outra? Esse é o ‘x da questão’.

Não podemos ter medo se alguém, mesmo que seja um deputado de longe, se propõe a representar esses municípios, trazendo obras e apoiando seus pleitos.

E nem mesmo podemos ter medo que os votos da região, em reconhecimento ao bom trabalho desses deputados, sejam divididos com eles no futuro.

A região não pode ser politicamente propriedade de alguém, nem é saudável que lideranças tenham a pretensão de ser os únicos representantes na esfera política.

Quando uma autoridade estadual ou federal se aproxima da nossa região, querendo ajudar nossos municípios, não devemos carregar qualquer sentimento de pertencimento ou dívida de gratidão que nos impeça de receber verbas e apoio do governo.

Quando alguém deseja visitar nossas cidades, estender a mão e empunhar nossas bandeiras, não deve ter obrigatoriamente que pedir licença a este ou aquele político.

Já escrevi em outro artigo, o momento precisa ser compreendido e é certo que viveremos um tempo de muitas oportunidades.

Basta não ficar olhando para trás e remoendo o passado.

É preciso olhar para frente, enxergar longe, acreditar no futuro, trabalhar sem mesquinharia e se desprender das amarras do passado.

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza

arno@opresente.com.br

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