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Arno Kunzler

Qual é o limite?

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O embate entre grandes veículos de comunicação do Brasil e o presidente Jair Bolsonaro pode produzir mais vítimas do que soluções.

A pergunta que desejo formular é: qual é o limite de um jornalista/veículo de comunicação manipular perguntas e informações e qual é o limite de uma autoridade/instituição pública atacar uma pessoa ou empresa?

Deveria ter um limite, mas não tem.

Deveria haver bom senso de ambas as partes, mas não tem.

Deveria haver cautela do jornalista/veículo em se preocupar com a veracidade de um fato, mas parece não ter.

Deveria haver cautela de uma autoridade em atacar publicamente uma pessoa/empresa, sabendo que terá consequências, mas parece não ter também.

Do jeito que está, os apoiadores do jornalismo distorcido, seja por paixão política ou por interesses não atendidos, acham que vão matar o presidente no cansaço.

Talvez não consigam, mas, a julgar pela animosidade estabelecida, não há mais limite ético, moral e nem motivação legal.

É compreensível que uma autoridade atacada e que se sinta achacada reaja e nesse momento parece não haver limite ético, moral e legal nas declarações do nosso presidente.

Logo, estamos mergulhando num campo de batalha em nome de uma suposta VERDADE E RAZÃO que todos acham ter.

Esse tipo de jornalismo, já está provado, caiu em desgraça pela reação que se vê nas manifestações das pessoas e na reação do eleitor.

E enquanto uns (seus aliados mais animados) aplaudem o nosso presidente achando que ele deve “esculhambar” publicamente quem o ataca, o outro lado se diverte, sabendo que dessa luta indigesta, se haverá algum ganhador, não será nem a imprensa e nem o presidente.

E talvez muito menos a VERDADE, já que cada um tem a sua.

Essa adoração por disputas e luta livre explica nosso comportamento histórico, quando dois seres humanos eram colocados na arena e se digladiavam até um derrotar o outro, muitas vezes com a morte deste.

O mais famoso gladiador romano TETRAITES arrastava multidões e tinha fãs espalhados pelo mundo inteiro.

Nossos heróis dos dias atuais têm mais facilidade para ganhar fama e dinheiro, mas nesse caso não é isso que se procura e deseja.

O prazer de destruir outrem, não fisicamente, mas moralmente, eleitoralmente e financeiramente é a motivação desta insana disputa dos que não se conformam com a eleição do presidente Jair Bolsonaro e dos que o defendem até quando comete graves excessos.

Uns utilizam a liberdade de expressão como norte e acham que em nome dela podem tudo.

Outros utilizam a VERDADE como mote e acham que Bolsonaro sempre tem razão, mesmo quando tenta envergonhar e desmoralizar pessoas no exercício de sua profissão.

Quem está certo?

Se não há limite legal nesse jogo, quem será o mediador?

Quem o presidente pensa conquistar com esses ataques?

O que motiva veículos de comunicação e jornalistas a atuar assim? Dinheiro, fama, espaço, poder…?

 

Jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza

arno@opresente.com.br

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