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Arno Kunzler

Renovar e motivar

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O prefeito Moacir Froehlich tem duas importantes tarefas pela frente.
A primeira é promover uma significativa renovação do seu quadro de auxiliares, de que não só parece, mas de fato será um novo governo.
Algumas alterações já são até previsíveis, mas para serem mais profundos os gestores normalmente esbarram nos arranjos políticos e acabam prejudicando o desempenho do próprio governo, cujo preço, somente o prefeito paga, os beneficiários desses arranjos não.
A segunda tarefa é promover uma constante motivação da equipe e dos aliados também, para não haver acomodações, como normalmente ocorre nos mandatos seguidos.
Esse erro é comum e costuma não ser perdoado pelos eleitores no pleito seguinte.
A falta de inspiração, fruto do descomprometimento e, às vezes, até de mesquinharias, deixa marcas profundas nas administrações e dificilmente um governo consegue se recuperar, quando perdeu o impulso da largada, a primeira oportunidade.
Recuperar a imagem perdida é muito mais difícil e mais caro do que manter a imagem razoavelmente num patamar aceitável, ainda que a um preço elevado.
Num segundo governo continuado do mesmo prefeito, não há segunda chance.
Nem precisamos sair de Marechal Cândido Rondon para descobrir como é um segundo mandato seguido e as consequências que deixa, quando se perde o ímpeto inicial de um governo, quando não se tem motivação para dar uma largada que faça a população acreditar nesse governo e, sobretudo, quando não há renovação, tanto de pessoas como de ideias.
Portanto, não é uma questão de opção, é uma condição para dar certo.
Também é preciso lembrar que os gestores ganham experiência, ganham mais agilidade política e transitam melhor em torno da problemática que é liderar um governo.
Se usar bem essa experiência, o prefeito Moacir tem grandes chances de fazer um segundo mandato tão bom ou até melhor que o primeiro, que lhe rendeu uma reeleição tranquila, pelo menos sob o ponto de vista eleitoral.
Até porque vai inaugurar um grande número de obras iniciadas durante o primeiro mandato, o que reforça a sua imagem política.
Mas também aumenta a intolerância, inclusive dos mais próximos, que desejam ser recompensados pelo apoio que ofereceram.
Na mesma proporção que o tom das críticas dos adversários tendem a se somar aos descontentes que apostaram no governo, o segundo mandato até agora, salvo raras exceções, carece de razões para justificá-lo.
Via de regra, o segundo mandato é inabalável com a imagem política dos mandatários deixando seus grupos sem chance nenhuma de disputar o governo seguinte.
O prefeito Moacir tem a oportunidade de mostrar que não tem que ser assim. Que os raros, mas bons exemplos, como dos prefeitos Vilson Schwantes, de Mercedes, e Normilda Koehler, de Pato Bragado, não são por acaso.
São fruto de uma organização política local comprometida com resultados positivos, comprometida com a coisa certa e, sobretudo, comprometida com as aspirações da comunidade.
Que os 20 anos de governo do mesmo grupo em Quatro Pontes também não são obra do acaso, mas sim do diálogo, da aceitação e da inclusão, da tolerância e da inteligência dos políticos que articularam as bases.
Que os 16 anos, oito do prefeito Derli Donin e depois mais oito de José Carlos Schiavinato, em Toledo também não são obra do acaso.
Dezesseis anos, aliás, que transformaram Toledo. Ao contrário de outras cidades, que não conseguiram ter continuidade política e nem continuidade de um projeto administrativo, onde as realizações são escassas e não conseguem mudar a imagem das cidades.
O prefeito Moacir tem, portanto, a oportunidade de seguir o caminho dos bons exemplos vividos por comunidades aqui ao lado ou os maus exemplos conhecidos por todos nesta região, e que nenhum cidadão por aqui deseja reviver.

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