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Catuaí acena para Noel

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Uma das informações mais esperadas, o supermercado âncora do Catuaí foi revelado; big boss do shopping põe estação para inaugurar: primavera de 2024

O Catuaí como está hoje (acima) e como ficará quando o bom velhinho chegar da Lapônia em 2024: fim da série corporativa mais longa já maratonada em Cascavel

A primavera de 2024, entre setembro e outubro, dois meses antes do bom velhinho partir da Lepônia para descer as paredes do Copas Verdes, promete colocar epílogo na novela mais longa da história corporativa de Cascavel: a inauguração do shopping às margens do Lago Municipal.

É o compromisso firmado na última terça-feira, na sede da Acic, pelo chefão do grupo Catuaí, Alfredo Khouri. “Já está contratada a campanha de Natal de 2024”, disse o empresário, entre largos sorrisos e voz empostada.

Ele trouxe números para a longa mesa retangular da Acic: 162 lojas contratadas (75% dos espaços ofertados), R$ 700 milhões de investimento e a mudança no projeto original que passa a ofertar 40 pontos no contexto de um centro médico.

Com 78 mil metros de área construída e 200 operações comerciais, o Catuaí Cascavel será o único shopping de grande porte inaugurado no Brasil em 2024. Rompendo um festival de especulações, Khouri também assinou o contrato com Festval, colocando fim a um dos maiores suspenses do empreendimento: o supermercado âncora do shopping.

“Foram muitos anos de conversa”, disse Rubens Beal, do Festval. “Quando inauguramos a loja no shopping Barigui, na capital, havia dúvidas se estávamos dando o passo certo. Hoje aquela unidade é a segunda de maior faturamento na rede e fez crescer em 30% o fluxo de clientes no shopping”, disse.

O Festval vai ocupar quase 3 mil metros em área nobilíssima do Catuaí, com direito a restaurante panorâmico em mezanino de frente para o espelho dágua do Lago Municipal. Com 18 lojas na região metropolitana de Curitiba, a rede passará a contar sete unidades em Cascavel com a confirmação do shopping e a loja já anunciada em uma das ambiciosas torres do Square Live Center, no Centro Cívico.

Khouri disse também que o cronograma da obra está 45 dias atrasado. Parte da culpa ele pôs em São Pedro, alegando que 35 dias de torneira aberta nas nuvens afetaram o calendário. Outra parte do atraso de um mês e meio foi atribuído às mudanças no projeto.

O Catuaí pôs gente de antenas sensíveis tentando decifrar o que mudou com adventos como a pandemia de Covid. E as mudanças vieram. A área de entretenimento saltou de 15% para nadamenos que 30%. E a engenharia precisou se virar para agregar algo totalmente fora do escopo inicial: o centro médico. Curiosamente, a ideia surgiu logo após este pasquim anunciar a intenção do JL Construtora de construir um terceiro shopping, entre a Avenida Assunção e a Tancredo Neves, nas proximidades do Terminal Rodoviário, prevendo uma torre inteira para um centro médico.

Coincidência ou não, fato é que redimensionar espaços para abrigar estações de saúde tomou tempo mas mostrou-se acertada. Atores relevantes do polo de saúde de Cascavel, como a Unitom do médico Stenio Henrique de Souza, Instituto da Pele, Hospital de Olhos, Biovel e a clínica da doutora Marinês Toigo já confirmaram presença.

“Chantagista do bem”

Paranhos com Siro Canabarro (Acic), Alfredo Khouri (de verde) e Rubens Beal ao fundo: Catuaí começa a ganhar contornos definitivos

Alfredo Khouri relembrou momentos tensos das negociações que apartaram os sócios: a construtora dele e a BRMalls, maior administradora de shoppings da américa latina.

A gigante queria o empreendimento em Cascavel, mas talvez, em algum momento, percebeu o timing perdido, notadamente com o advento da Covid.

Foi neste período que o prefeito Leonaldo Paranhos gravou um vídeo na região do lago no tom “dá ou desce”, “calça de veludo ou bunda de fora”. Na ocasião, o alcaide ameaçou desapropriar a área para instalar ali um centro de convenções, caso os sócios do Catuaí não apontassem um caminho.

“Foi chantagem”, disse Khouri, descontraindo a conversa. Porém, segundo ele, a postura do prefeito foi determinante para desatar o nó. Assim que lhe coube a palavra, Paranhos retomou o assunto. Disse que as palavras duras de outrora foram direcionadas ao alto comando da BRMalls.

Na sequência, como artilheiro nato que foi nos campos de pelada de Cascavel duas décadas atrás, Paranhos driblou a pergunta sobre isenção de IPTU para as lojas satélites e âncoras do Catuaí: “Tenho que atravessar a rua e resolver a greve dos enfermeiros”, disse, encurtando a prosa.

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Tá tudo em casa

Esposas de deputados miram prefeituras em 2024; Toledo, Foz do Iguaçu e Assis estão na “vibe das wifes”

Com os primeiros desenhos se formando no cenário das eleições municipais do próximo ano, surgem soluções literalmente caseiras na composição das candidaturas em Toledo, Foz e Assis Chateaubriand.

Na fronteira, o prefeito reeleito Chico Brasileiro ensaia lançar a esposa, Rosa, para sentar-se à cadeira que o marido ocupa hoje. Rosa terá espinhos pontudos no caminho. Paulo Mac Donald, o ex, obteve ficha limpa para disputar também, e é osso duro de roer.

Já em Toledo, o deputado federal petista Elton Welter articula para a amada, Nelsi, disputar o trono do Lunitti. Ela está bem na pré-campanha em terreno hostil, largamente bolsonarista de um lado, e o atual mandatário bem avaliado no outro.

Assis Chateaubriand pede um enlace mais complicado. O grupo do chefe político local, Marcel Micheletto, trabalha com a candidatura da esposa dele, Franciane. Mas é preciso combinar com o apadrinhado, o atual prefeito, candidato natural à reeleição.

As conversas ali podem terminar em divórcio político de Micheletto com Valtinho Aparecido Souza Correia, o prefeito que o grupo do deputado pôs no altar em 2020.

Se bem-sucedidas, as esposas dos políticos vão surfar na “vibe das wifes” nas urnas de 24.

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Leonaldo Paranhos vai de 22 em 26?

Movimentação esvazia Podemos, sigla do prefeito, gerando debandada de secretários e vereadores; caciques do PL no Paraná ensaiam lançar pré-candidatura do cascavelense à sucessão de Ratinho

Paranhos faz selfie com seu ídolo Jair Bolsonaro: pré-candidato ao Palácio Iguaçu com o apoio do “Mito”?

O prefeito Leonaldo Paranhos está propenso a assinar nas próximas semanas a filiação ao partido 22, o PL. Com a maior bancada no Congresso Nacional – 99 deputados eleitos pelas urnas eletrônicas – a sigla tem tempo na TV, muito dinheiro público dos fundos eleitoral e partidário, e capitães eleitorais, como Jair Bolsonaro.

Paranhos vem sendo assediado pelo dono do PL no Paraná, deputado federal Fernando Giacobo, e pela principal liderança da ala bolsonarista raiz da sigla, deputado estadual Filipe Barros. Nos bastidores, Barros tem dito que uma vez filiado, o prefeito de Cascavel já será alçado a condição de pré-candidato a governador.

As posições mais recentes de Paranhos como prefeito apontam para um perfil que o eleitor do ex-presidente Bolsonaro aprecia: jogou duro com os grevistas da enfermagem e bateu firme nos moradores de rua envolvidos em delitos. Chegou a gravar um vídeo na rua Bandeira, mostrando o cadeião da 15ª SDP, dizendo que ali é a hospedaria para eles.

Não é possível dizer que os fatos estão relacionados, mas sabe-se que para obter a adesão dos “patriotas” tem que falar grosso, no melhor estilo bolsonarista.

Entretanto, Paranhos tem uma reputação de político moderado, embora eventualmente apresente comportamentos mercuriais.

Na eleição presidencial de 2022 ele simpatizava claramente com Ciro Gomes, mas no segundo turno abraçou o “Mito”.

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Quem vem lá?

Ratinho Junior vai deixar o Palácio Iguaçu sem um sucessor natural

Da mesma forma que a saída de Paranhos da disputa eleitoral de 2024 deixa um cenário sem favoritos, ao limpar as gavetas do Palacio Iguaçu, em 2026, Ratinho Junior (foto) também não tem um sucessor natural.

“Quando Roberto Requião foi reeleito, em 2006, todos já sabiam que Osmar Dias e que Beto Richa seriam candidatos em 2010. Quando Beto Richa foi reeleito, em 2014, todos já sabiam que Ratinho Junior e Cida Borghetti seriam candidatos em 2018. Agora, não há nenhuma indicação de quem poderá estar nesta disputa”, disse o deputado Alexandre Curi (PSD). Ele já se apresenta para uma candidatura majoritária em 2026.

Além de Curi e Paranhos, também pleiteiam o Iguaçu os prefeitos de Curitiba (Greca), Maringá (Ulisses Maia) e Londrina (Belinati). Sergio Moro, Beto Preto, Marcio Nunes, Cida Borghetti, Arilson Chiorato, Enio Verri, Sandro Alex, Hussein Bakri, Ricardo Gomyde e Guto Silva, entre outros menos votados, também são citados como pretendentes.

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No Novo, de novo

O ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol esteve em Cascavel no último dia 20 para o evento político que marcou o retorno do jovem Henrique Mecabô para o partido Novo (foto), após breve passagem pelo Podemos. O reposicionamento tem a ver com a intenção declarada da sigla 30 em lançar candidato próprio a prefeito de Cascavel.

O ato de refiliação lotou o Espaço Verde da Sociedade Rural. Deltan iniciou o discurso com um “Fora Lula!”, refrão que foi repetido com entusiasmo pela plateia. “Esse menino vai ser prefeito de Cascavel, e se depender de mim será agora”, disse Deltan, apontando para o prefeiturável.

Mecabô vem referenciado pela segunda maior votação para deputado federal aqui em 2022, atrás apenas do vice-prefeito Renato Silva. Se a caravana 30 seguir adiante e capturar o sentimento anti-petista reinante em nacos polpudos do eleitorado local, a pasmaceira reinante até aqui na sucessão municipal pode ganhar uma sacudida.

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

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