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Lava-jatista comenta caso de “lava-joístas”

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Deltan Dallagnol é o deputado federal mais votado do Paraná. Isso o transforma na principal referência da direita paranaense na Câmara e o credencia para outros voos, como a disputa para a Prefeitura de Curitiba no próximo ano ou uma cadeira no Senado em 2026. O ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato visitou Cascavel, onde colheu mais de 10 mil votos.

Foi na última sexta-feira (10), quando respondeu uma pergunta do Pitoco na sede do Sindicato Rural. Acompanhe:

Pitoco: Pela experiência como investigador da Lava-Jato, quais suas primeiras percepções sobre o episódio das joias destinadas aos Bolsonaro pela ditadura saudita?

Deltan: Existem três questões a serem respondidas sobre esse episódio. 1: a quem pertencem essas joias, a Bolsonaro ou ao Brasil? 2: houve um crime de descaminho na entrada das joias ao país? 3: na retirada das joias houve crime?

Os fatos revelados até hoje, um caso ainda incompleto, são de que as joias foram entregues de presente para Bolsonaro durante uma viagem em que ele não esteve presente, mas, sim, o ministro de Minas e Energia. Parte das joias passou pela alfândega sem fiscalização e a outra parte ficou retida.

O ministro fez uma consulta sobre a incorporação das joias ao acervo e desde então houve uma busca pela retomada das mesmas, localizadas na Receita Federal. Com as ressalvas de que o caso ainda está em andamento, afirmo que qualquer que seja o responsável, independente de partido, deve ser investigado e punido.

Deltan e o deputado estadual Fabio Oliveira recebidos em Cascavel pelo vice-presidente regional do Podemos, Henrique Mecabô

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É coisa de cinema!

Morada cascavelense inspirada em clássico de Hollywood troca de mãos; industrial até então discreto, salvador da fábrica Guerra, passa a habitar mansão de “E o Vento Levou”

A troca de donos na mais glamourosa residência de Cascavel faz lembrar a sucessão aristocrática pós-medieval no Reino Unido. O dinheiro e a fortuna migraram dos donos das terras para os donos das máquinas a vapor da revolução industrial. O primeiro dono da mansão inspirada no filme “E Vento Levou”, edificada na Rua Pará, área nobre de Cascavel, foi o “medieval” coronel PM Aroldo Cruz, controverso homem da terra, assassinado a mando de um tal “Mosquito”, em disputa de áreas no Mato Grosso – conforme relatou a revista Pitoco Magazine, edição de janeiro de 2019.

Aroldo tinha a fama de promover “assentamentos definitivos”. Mas foi sua esposa, dona Leia, quem acompanhou o desenho da morada, bem como os “recheios” – a decoração. Para tanto, relata Victor Hugo Bertolucci, a quem coube executar o projeto, Leia viajou duas vezes aos Estados Unidos e visitou a mansão original de “E o Vento Levou” – isso tudo no final da década de 1970.

Depois, há quatro décadas, a residência veio para a família Mascarello. “Comprei do coronel Aroldo, paguei em dinheiro, mas não me recordo mais o valor”, disse ao Pitoco, na última segunda-feira (13), o empresário Rovílio Mascarello. Aqui começa a transição aristocrática: Rovílio tem um pé na roça e outro no chão da fábrica. Ele e a ex-esposa Celinha expandiram a Comil e fundaram a Mascarello Ônibus.

No ano passado, começou a circular a informação de que Celinha manifestava a intenção de vender o imóvel. Não faltaram interessados. Um deles foi o “new rich” Fernando Mantovani. Ao expandir em escala geométrica seus loteamentos na periferia Norte de Cascavel, o criador de cavalos deu um lance ousado como parte do pagamento para colocar os pés na Rua Pará: ofertou para Celinha a imensa cobertura do edifício Francisco Henrique Renz, a ser entregue em 2025 por Jadir Saraiva de Rezende.

O comprador

Celinha recebeu outros lances igualmente atraentes. Mas a venda foi consumada mesmo para um novo player industrial de envergadura nacional: Ivo Ilario Riedi Filho. O palotinense radicado em Cascavel ganhou as manchetes latino-americanas quando salvou a tradicional indústria de implementos rodoviários Guerra, de Caxias do Sul.

Aqui fecha o ciclo da revolução industrial britânica: dos feudos do coronel Aroldo para um jovem industrial de 37 anos que cultiva uma vida discreta. Riedi, neto do fundador do grupo que leva o mesmo nome, já habita com esposa e cinco filhos a morada de dois pavimentos e 14 banheiros distribuídos em 1,2 mil metros quadrados.

Quanto pagou?

Celinha Mascarello deixou a cargo da Imobiliária Beck Lima a complexa operação de venda. Arredio ao assunto, Marco Aurélio Beck Lima não quis trazer detalhes do negócio. Porém, fontes do mercado estimam que a mansão cinematográfica trocou de mãos por não menos que R$ 20 milhões.

Ou seja, a “bilheteria” de “E o Vento Levou”, filme exibido em Cascavel em 1956 no Cine Coliseu (onde hoje está a sede da Caixa, na Avenida Brasil) não decepciona 67 anos depois. “A projeção era feita a partir de filme de rolo. Deu problema. Todos foram embora desapontados, mas eu, minha namorada da época e futura esposa Almeri e mais um casal de amigos, aguardamos o conserto. Deu certo, mas o filme terminou eram quatro horas da madrugada”, relatou Darci Gomes, pioneiro de Cascavel, falecido em janeiro último.

Ou seja, tudo que está no entorno da mansão da Rua Pará é passível de se tornar coisa de cinema!

Casarão da Rua Pará e Ivo Riedi, o novo proprietário: Hollywood é aqui!

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Vem aí o 3º shopping

Região da prefeitura firma-se como novo centro de Cascavel

A região do Centro Cívico vem confirmando uma “profecia” escrita décadas atrás por um técnico que veio estudar a dinâmica urbana da cidade: ali se consolida o “novo centro” de Cascavel.

O empreendimento em vias de lançamento, mas conduzido discretamente até aqui, vai espetar três torres e um shopping center em terreno localizado na Avenida Assunção, quase em frente ao Terminal Rodoviário.

Para que não haja dúvidas sobre a viabilidade do negócio, vale dizer que a empreitada traz a assinatura de nome e renome no que diz respeito à solidez: Construtora JL.

O projeto trabalha com a sinergia obtida no conceito “tudo aqui em um lugar só”, semelhante ao do Square, também em construção na região do Centro Cívico.

Haverá uma torre segmentada para o setor médico – usufruindo o hub de saúde formado pelo Hospital Genesis -, uma torre comercial visando atrair profissionais liberais como contadores e advogados, e uma torre residencial, todos os edifícios para locação (não haverá venda de imóveis).

E, para arrematar, a cereja do bolo: um shopping center de conceito inovador, cujos detalhes traremos nas edições subsequentes do Pitoco.

Quem segura a construção civil de Cascavel?

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

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