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O show não pode parar

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Foco nos negócios é o espírito que move o evento da Coopavel. Turma do chapéu zerou estoques de camionetes; nunca se vendeu tanta Hilux e congêneres

Quando se fala em R$ 5,1 bilhões de comercialização no Show Rural pode-se até debater como esses números foram levantados. Dúvida que, por vezes, também acompanha a contagem de público.

Agora… pode ser mais. O ambiente de negócios criado no Parque Tecnológico, em Cascavel, é viral. Além das tratativas entabuladas ali para se consumar após o evento, o ambiente “business for business” traz outros resultados menos auditáveis: tá todo mundo vendendo tudo o tempo todo.

Presenciei um diálogo de empreendedores do Estado vizinho ofertando imóveis no litoral de Santa Catarina. Eram, dos dois lados da mesa, pessoas de poucos vínculos com o agro.

Ou seja, o ambiente é contagiante da forma a aflorar nas pessoas em contato físico (importante notar isso), olho no olho, aquilo que está no DNA dos primeiros sapiens que permutavam colares de ossos por nacos de carne de um mamute recém-abatido.

Ou seja: quando a organização incorpora um modelo norte-americano de evento e diz: “não vendemos bebidas alcoólicas aqui e nem permitimos o consumo porque o Show Rural é lugar de trabalho”, demonstra-se um foco obsessivo em negócios e aprendizados.

Outros componentes celestes contribuíram para o fluxo recorde: São Pedro estava de ótimo humor. Na semana anterior mandou muita água, já nos cinco primeiros dias do evento (aqui incluso o domingo), foi céu de brigadeiro, incluindo os três dias de ouro do Show Rural: terça, quarta e quinta.

Na super-quarta, tradicionalmente o dia mais movimentado, Dilvo Grolli voltava no tempo e dizia: “Me recordo que no governo Collor, no início dos anos 1990, celebrou-se uma safra anual de 100 milhões de toneladas. Agora estamos prestes a triplicar a aposta, chegando a 300 milhões de toneladas, com chuvas regulares e ótima produtividade”.

Sim, com exceção de regiões isoladas no extremo Sul brasileiro, as aguadas vieram na justa proporção. Nuvens carregadas surgiram inclusive na sexta-feira, dia já esvaziado, como quem diz: o Show não pode parar, e a água na lavoura é parte fundamental do espetáculo. Que venha o fevereiro de 2024!

Em tempo: não se sabe ao certo se camionete nova na garagem descreve ou não otimismo político-econômico. Se pudesse cravar que sim, o pessoal está animado: nunca se vendeu tanta camionete na história do Show Rural antes de 2023.

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A dança das cadeiras

Trinta e dois prefeitos estão aptos a buscar um segundo mandato entre 52 municípios da região Oeste. Outros 20 ficam impedidos por lei, por já serem reeleitos. Nem todos que podem vão à disputa.

Um comentou, dia desses, em público, que havia pendurado as chuteiras, decepcionado com a vida pública e impotente diante da dificuldade em lidar com o funcionalismo. Outro tem sussurrado, em pequenas rodas, não ter mais interesse em concorrer porque o desgaste sofrido não vale a pena.

Sobram, em tese, 30 postulantes a mais quatro anos. Como a média histórica de renovação é 40%, a projeção é de mudança pouco significativa nas cadeiras, levando-se em consideração, porém, a percepção que o cenário pode mudar a qualquer momento, até outubro do ano que vem. (Por Luciano Barros)

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Insta afeta mulheres?

Quanto maior o engajamento na rede social também maior é a influência negativa, diz pesquisa do CEUB

O Instagram é uma rede social que vai além da informação dinâmica. A vitrine social mostra pessoas, lugares e situações como sinônimo de pertencimento social, sucesso e felicidade plena. Por vezes, distorce a imagem da realidade e acaba frustrando homens e mulheres, sobretudo elas.

Com base nos efeitos psicológicos causados pela rede, a estudante de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Stephanie Popoff realizou uma pesquisa com 118 mulheres de 18 a 54 anos e usuárias assíduas do Instagram, para identificar a relação entre o uso da rede como comportamento de risco associado aos transtornos psicológicos e alimentares em jovens adultas.

Os resultados são impactantes: das 118 mulheres entrevistadas, 83,9% relataram ter tido diagnóstico de transtornos psiquiátricos, sendo os transtornos de ansiedade os mais prevalentes na amostra 51,5%, seguidos por transtornos de humor 24,2%. Outras 14,1% participantes afirmaram ter diagnóstico de transtornos alimentares.

“A utilização excessiva de alguns conteúdos recomendados pelo algoritmo do Instagram pode influenciar para o surgimento de transtornos alimentares, considerando que a insatisfação corporal é um fator de risco para a manifestação de transtornos alimentares”, explica Stephanie.

Reações importunam

Orientador do projeto e professor de Psicologia do CEUB, Daniel Barbieri destaca que pelo fato da rede social estar integrada à vida das pessoas, provoca diferentes graus de engajamento, de modo que as pessoas consideram uma parte significativa da vida e se importam com as reações. “As pessoas que postam muitas informações são diretamente afetadas pelas reações estabelecidas – o que se relaciona à autoestima das mulheres com maior engajamento nas redes sociais”, considera. “Mulheres que são mais engajadas no Instagram podem passar o dia inteiro sofrendo publicações de outros engajamentos”, alerta Daniel.

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

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